Palavra do Presidente

Ruy Nazarian analisa manifestação histórica contra corrupção

17 de março de 2016

“Responsabilidade de todos nós”

Com mais de seis milhões de manifestantes em todo o país, o último dia 13 de março entrou para a história como a até então maior manifestação sociopolítica do Brasil – algumas pesquisas chegam até mesmo a apontá-la como uma das maiores da humanidade.

Jamais, em nosso histórico social, reunimos tantas pessoas sob uma mesma bandeira: a luta contra a corrupção.

RN_PASSEATA_1Tive a oportunidade de participar do ato público realizado no último domingo, na Avenida Paulista e adjacências. Sob um profundo sentimento de coletividade e cidadania, compus aquele momento histórico da nossa nação. E compus com orgulho.

Junto a milhares que bradavam em uníssono “Chega de corrupção”, exercitei meu compromisso cívico de também externar minha indignação, meu inconformismo com o atual sistema político que conduz a nossa hoje tão fragilizada nação.

Mais até do que a força das reivindicações ali levadas à luz, impressionou-me o grau de engajamento e convicção com que todos aqueles cidadãos concentrados na mais paulista das avenidas conduziram a manifestação.

Até onde pude constatar pessoalmente, não houve qualquer indício de desvio de foco, sob a forma de tumulto ou violência de qualquer natureza. Confesso estar muito orgulhoso desse testemunho.

No entanto, existe um outro aspecto deste singular episódio histórico do nosso país que sinto necessidade de pontuar: o de que nada disso realmente teria necessidade de ser.

Se o Brasil fosse, de fato, um país com constituições sólidas, toda essa degradação política e econômica que hoje testemunhamos – e pela qual padecemos – não teria chegado ao ponto extremo em que chegou. Um sistema constitucional maduro e forte não teria permitido o estapafúrdio avanço dos contratos bilionários de bancos e empresas estatais com oligopólios urdidos à própria elite no poder. Se não postergássemos tanto as reformas políticas sobre as quais tanto discursamos e quase nada fazemos, a subversão das regras constitucionais que o próprio Governo defende (apenas em discurso, obviamente) não seria possível. Em parte, caros amigos, também somos responsáveis por tudo de errado que temos testemunhado e, consequentemente, protestado.

Finalizo meu argumento aqui com a citação de uma atemporal reflexão do célebre dramaturgo alemão, Bertolt Brecht: “Que tempos são estes, em que temos de defender o óbvio?”

Por você, Brasil.

Ruy Pedro de Moraes Nazarian
Presidente do Sindilojas-SP


 

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