Sindilojas-SP participa de ato cívico contra altos impostos no país
Representantes do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP) participaram da 30ª edição do Congresso Nacional dos Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, realizado na cidade de Belo Horizonte entre os dias 9 e 11 de abril. Promovido anualmente, esse congresso tem por finalidade muito mais que um simples encontro entre empresários, dirigentes e assessores de diversos sindicatos patronais atuantes por todo o país: acima de tudo, a ocasião propicia o debate e a troca de informações entre as entidades, fomentando a disseminação de novas ideias para o fortalecimento e o desenvolvimento da classe em questão.
Este ano, a ocasião reuniu, aproximadamente, 1.200 participantes e apresentou painéis sobre o peso dos impostos sobre a classe empresarial brasileira, o Simples Nacional (painel este magistralmente apresentado pelo ministro Guilherme Afif Domingos), as atuais circunstâncias acerca do comércio de rua por todo o país, os percalços administrativos enfrentados pelo lojista de shopping center, a expansão das franquias no Brasil, análise das convenções e dos acordos coletivos estabelecidos entre entidades, o futuro do sindicalismo no país, dentre outros temas relacionados à economia e ao setor do comércio nacional.
Ato cívico nas ruas
Durante a realização do 30º Congresso Nacional dos Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, foi promovida uma passeata simbólica contra a alta carga tributária no país. Centenas de empresários (grande parte deles participantes do congresso) percorreram a histórica Avenida Brasil de Belo Horizonte, em protesto aos altos impostos aplicados sobre a sociedade civil e empresarial brasileira.
A intenção do ato, segundo o presidente do Sindilojas-SP, Ruy Nazarian, foi chamar a atenção das autoridades governamentais para os impactos negativos dos altos impostos hoje em vigor: “Estamos todos sobrecarregados e profundamente afetados pela altíssima carga tributária no país. A mortalidade empresarial está mais alta do que nunca e as perspectivas de desenvolvimento para a classe empresarial do comércio não têm se mostrado lá animadoras. Queremos, na verdade, PRECISAMOS reverter esse quadro com irrefutável urgência”, desabafa Nazarian.
No ano passado, a soma de todos os tributos somou R$ 1,7 trilhão, o que corresponde a 36,25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, de acordo com os cálculos estabelecidos pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
Afinal, para que tantos impostos?
Com base no debate promovido durante o 30º Congresso Nacional dos Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, realizado em Belo Horizonte no mês passado, Ruy Nazarian, defende que o modo como os tributos são cobrados hoje no país inviabiliza qualquer possibilidade de desenvolvimento econômico.
“No Brasil, a cobrança dos tributos é aplicada com base no nível de consumo e não por renda, lucro ou patrimônio, o que seria o ideal. Com isso, ao mesmo tempo em que o consumidor acaba pagando mais caro pelos produtos, a margem de lucro dos empresários é reduzida. Hoje, estima-se que cerca de 40% do valor dos produtos são direcionados ao governo. Contrassenso indiscutível aí”, calcula o presidente do Sindilojas-SP.
Outro ponto negativo denunciado por Nazarian é a burocracia excessiva que recai sobre o empresariado brasileiro: “Hoje, nosso empresário enfrenta diversos problemas gerados pelo automático excesso burocrático que lhe recai sobre: seja para abrir uma empresa, para quitar um dos 96 impostos incidentes sobre ela, para gerenciá-la ou até mesmo para encerrá-la. Até quando teremos de lidar com essa realidade?”, finaliza o sindicalista.
A íntegra desta reportagem pode ser conferida na edição de maio/14 da revista Lojas & Lojistas.