Dia dos Pais no Varejo: quem manda nesta data? Pais ou filhos?
*por Ana Paula Andrade
Já se foi o tempo em que pensar em presente para o Dia dos Pais era algo automático para artigos como caixa de ferramentas, meias, gravatas ou produtos clichês para esse momento tão especial nas famílias. Assim como outras datas sazonais, o segundo domingo do mês de agosto traz para o varejo a oportunidade de aumento de fluxo nas lojas, tanto físicas como online, e consequentemente aumento nas vendas.
Mas será que o protocolo de como promover marcas e produtos para esta data deve ser o mesmo que usávamos há poucos anos? Os exemplos acima falam de produtos que tenham a ver com o público que ganha presentes neste dia: o pai! Porém, levanto aqui uma reflexão interessante que é pensarmos também no comprador: os filhos! Afinal, são eles que precisam ser conquistados neste momento, e por mais que eles saibam as marcas preferidas do seu progenitor, conhecendo bem essa geração que ganha cada vez mais poder de consumo, fica mais clara a compreensão de que buscam de formas diferentes.
Relembrando um pouco o conceito de “Nativos Digitais”, para não entrar necessariamente na definição de Geração X, Y, Z, Milennials etc, estamos falando de um grupo que nasceu conectado, que não conhece a vida sem a Amazon e nunca entrou em uma locadora de vídeos. Não estamos mais falando de jovens alienados sem poder de compra, e sim das pessoas que em 2025 (exato! Daqui a oito anos somente) serão maioria no consumo de produtos e serviços.
O primeiro ponto que chamo atenção é ter em conta de que o propósito das marcas deve ser relevante, deve ser coerente com a prática, e se ela fizer alguma diferença para o mundo (bingo!) suas chances aumentam bastante para estar mais perto desses filhos, que buscam de alguma forma materializar neste presente algo além do consumo por si só, mas o real significado do seu afeto e admiração por seu pai.
Esta é a geração dos questionamentos! De onde veio? Por quem foi produzido? Que caminho percorreu até chegar na gondola? É correto? É especial? Conte essa história! Da sua marca, do seu ponto de venda. Mas conte de uma forma verdadeira, encante pela realidade, ou ele certamente descobrirá que está tentando enganá-lo.
Depois podemos pensar também no quesito personalização, que não poderia ser mais apropriado para um presente, declaração. Afinal cada pai é único, cada filho também, ainda que em uma família lotada de irmãos. O que a sua marca pode oferecer de maneira singular para este filho nesta data? Ele pode montar um produto exatamente como imagina, nas suas cores, estampas, mensagens e proporções para este presente especial?
E claro, não podemos deixar de falar sobre alinhar as suas estratégias on e off line. Tenha em mente que este filho chegará ao ponto de venda sabendo, provavelmente, muito mais do que a sua equipe de vendas. Ele saberá o preço que este produto é ofertado em seu site e será uma decepção caso diga que não pode praticar o mesmo na loja física. Ou melhor, para ele claro, a um click ele descobrirá que seu concorrente topa um preço menor e em segundos você perdeu a chance de se fazer especial nesta data tão importante para esse cliente. E é certeza que ele não esquecerá disso em uma próxima oportunidade.
Esteja preparado para aquele que deixar para a última hora, mas não por isso ele não quer ter facilidade. Esses filhos precisam de ajuda, e oferecer que ele compre em um ambiente e retire em outro, ou que entregue em tempo em forma, fazendo chegar às mãos daquele pai que mora a quilômetros de distância pode ser sua vantagem em relação a concorrência. Prepare-se e boas vendas!
*Ana Paula Andrade é country manager da Marco Marketing Brasil, operação brasileira da multinacional especializada em Field Marketing e Marketing de Consumo para varejo e canais de distribuição, que possui 21 anos de história e atuação em toda a América Latina.