
Avanço no índice acumulado da inflação traz alerta ao varejo
Inflação fica em 0,43% em abril e chega aos 5,53% em 12 meses, configurando o maior índice acumulado desde fevereiro de 2023. Dados do IPCA acendem alerta ao comércio, dada a tendência dos índices divulgados afetarem significativamente o consumo.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (09/05) que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, avançou 0,43% em abril. A oscilação ficou até abaixo da vista em março (+0,56%), mas foi superior à registrada em abril do ano passado (0,38%), ajudando com que o IPCA acumulado no primeiro quadrimestre do ano atingisse os 2,48%.
Dentre os grupos que compõem o índice geral, até tivemos como líderes em abril “Vestuário”, com variação de 1,02% e “Saúde e cuidados pessoais”, com variação de 1,18%. Todavia, foi o crescimento de 0,82% em “Alimentação e bebidas” que puxou o indicador geral, até por este ser o grupo com o maior peso mensal do IPCA (quase 22% dele). Enquanto este último grupo foi puxado pela alimentação no domicílio (+0,83%), influenciada entre outros pelos preços mais altos da batata-inglesa (+18,29%) e do tomate (14,32%), em “Vestuário” houve influência especial das roupas femininas (+1,45%) e no grupo de “Saúde e cuidados pessoais” o impacto maior veio dos preços de produtos farmacêuticos (+2,3%).
Tabela 1: Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril de 2025, por grupos
Fonte: IBGE/ Elaboração: Sindilojas SP
Como a inflação de abril foi mais elevada que a registrada no mesmo mês do ano passado (+0,38%), houve a elevação da taxa acumulada em doze meses, como pode ser mais bem observado abaixo. Também é importante ressaltar que no cenário acumulado apenas de 2025, considerando os quatro primeiros meses, temos um IPCA de 2,48%, também com maior influência da alta de “Alimentos e bebidas”, que variou neste período exatos 3,70%.
Gráfico 2: Evolução índice mensal e acumulado em 12 meses do IPCA
Fonte: IBGE / Elaboração: Sindilojas SP
Análise Econômica
Em comparação a março, os números do inflação oficial do país em abril até podem dar uma sensação positiva, porém não é bem assim. É até importante citar que realmente uma desaceleração da inflação desde fevereiro é algo a ser “comemorado”, mas é relevante dizer que uma inflação desacelerada não quer dizer preços menores, mas sim preços crescendo menos. Ainda assim, crescendo!
E cresceram (seja em abril ou no ano) novamente puxados pela alimentação, que é um grupo formado predominantemente por mercadorias de consumo não adiável e que tem maior importância nos orçamentos das famílias de baixa renda.
E dois pontos precisam ser destacados: O IPCA acumulado nos quatro primeiros meses de 2025 já é de 2,48%, muito próximo do que é a meta do Banco Central para este indicador no ano todo, que é de 3,00%. Para além disso, temos no índice acumulado em 12 meses exatos 5,53%, o maior patamar desde fevereiro de 2023.
Justificativa
Essas duas constatações só demonstram como estamos convivendo com uma inflação realmente persistente, justificando as atitudes do Banco Central de subir juros para conter esta pressão de preços. E pode-se até justificar que a política monetária pouco tem eficácia neste tipo de inflação de oferta, mas não podemos nos esquecer que a inflação de serviços também está bem acima da meta, o que mostra resiliência da pressão dos preços proveniente também da demanda das famílias.
Alerta aos empresários
Aos empresários, em especial do varejo lojista paulistano, um primeiro alerta. Em abril a inflação dos consumidores mais uma vez veio de mercadorias essenciais (alimentos e medicamentos, por exemplo). E se a população precisa deixar mais de seu orçamento para adquirir tais produtos, sobra menos para o gasto com outras mercadorias, como utensílios para o domicílio, pessoais, calçados e vestuário, sendo que este último item também mostrou relevante avanço de preços mensais em 2025.
Às vésperas do início do calendário de datas especiais do comércio, com o Dia das mães em maio, Dia dos namorados em junho, período de queda nas temperaturas (que altera hábitos e compras da população), é relevante compreender este cenário (até para projetar novamente as vendas), cuidar melhor da precificação e na realização de promoções, bem como criteriosamente negociar bem com os fornecedores, pois boa parte da inflação de oferta vem da cadeia produtiva, passando pela indústria, distribuidor e “espremendo” na ponta o varejo.
Departamento de Economia e Tributação
O Sindilojas-SP implementou o Departamento de Economia e Tributação, objetivando levar ao empresário do comércio varejista um rol de informações relacionadas à conjuntura macroeconômica, imprimindo sobre estas as particularidades do setor do varejo.
Esse movimento do Sindilojas-SP leva em consideração o fato de que temáticas como obrigações fiscais, carga tributária e questões relativas à recente regulamentação da Reforma estarão permanentemente presentes no dia a dia dos empresários do comércio.
Fale conosco, queremos ajudar, melhorar e proteger seu negócio. Entre em contato através dos nossos canais
Ligue 11 2858-8400, FALE CONOSCO ou ainda pelo WhatsApp 11 2858-8402