Departamento de Economia e Tributação

Vendas do comércio paulista caem 1,1% em março, diz pesquisa

19 de maio de 2025

Segundo dados divulgados recentemente pelo IBGE, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) apontou que o volume de vendas do comércio paulista recuou 1,1% em março, no comparativo com o ano passado. Variação negativa impõem ao empresário lojista a necessidade de compreender o desempenho do seu ramo e compará-lo ao próprio ritmo de expansão (ou não) de seu negócio.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na última quinta-feira (15/05) que o volume de vendas do comércio varejista restrito, quando não se consideram as vendas de automóveis, materiais de construção e o atacado de alimentos, evoluiu 0,8% no último mês de março no país, quando comparado ao mês anterior. Todavia, ao se comparar a março de 2024, tal indicador apresentou variação negativa de 1%, acumulando no primeiro trimestre um tímido aumento de 1,2% e nos últimos doze meses um crescimento de 3,1%.

Por se tratar de números do comércio brasileiro, os percentuais acima citados foram muito divulgados nesta última edição da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). Ainda assim, o Sindilojas SP focará a seguir uma lupa especificamente ao comércio varejista do estado de São Paulo, até para compreendermos também se o atual desempenho deste importante setor paulista é mais forte ou mais fraco que o ritmo visto em território nacional.

Cabe-nos traduzir, em especial aos empresários do comércio, que o volume de vendas ao qual a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) refere-se nada mais é que a observação da receita bruta de revenda, já descontada a inflação específica de cada um dos segmentos comerciais que compõem o total do varejo.

Números em SP

Em comparação a março de 2024 enquanto no país houve retração de 1%, no estado de São Paulo a queda foi de -1,1%. E mesmo no primeiro trimestre, que no Brasil o volume de vendas do comércio evoluiu 1,2%, na economia paulista o avanço foi de somente 0,2%. E como pode ser visto melhor no gráfico abaixo, na trajetória do índice acumulado em 12 meses, enquanto no Brasil o comércio cresceu 3,1% até março/25, no estado de São Paulo a taxa de avanço foi menor, ficando em 2,5%.

Gráfico 1: Evolução índice acumulado em 12 meses do volume de vendas do comércio varejista restrito – Brasil e Estado de São Paulo

Fonte: IBGE / Elaboração: Sindilojas SP

Para além do fato que o comércio paulista performou negativamente em março em relação ao ano passado, bem como cresceu menos no trimestre e nos últimos 12 meses em comparação as taxas nacionais, também há muita diferença dos números quando observamos melhor cada segmento que compõe o total do comércio varejista paulista.

O levantamento da Pesquisa Mensal do Comércio, que indicou redução total de 1,1% em relação ao terceiro mês de 2024 veio puxada por alguns segmentos, em especial por hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,0%), combustíveis e lubrificantes (-9,7%), livros, jornais, revistas e papelaria (-8,2%), artigos de uso pessoal e doméstico (-4,7%) e até mesmo móveis (-23,2%). Já no campo positivo, destacaram-se as vendas de eletrodomésticos (+6,0%), equipamentos de escritório, informática e comunicação (23,2%) e das farmácias (+2,7%).

No primeiro trimestre e na análise dos últimos doze meses temos também bastante distinção nos desempenhos segmentados. Por exemplo, mesmo o comércio paulista avançando 2,5% nos doze meses encerrados no último mês de março, há quedas de 8,8% e 1,8% no volume de vendas de livros, jornais, revistas e papelaria e de móveis, respectivamente. E mesmo ramos importantíssimos, como o de tecidos, vestuário e calçados e o de artigos de uso pessoal e doméstico variaram timidamente no período apenas +0,8% e +1,5%, respectivamente.

Tabela 1: Índice do volume de vendas do comércio varejista restrito do Estado de São Paulo (%) –  Março de 2025

Análise Econômica

Ainda que em relação a fevereiro passado os números da edição de março de 2025 da Pesquisa Mensal do Comércio tenham vindo positivos no estado de São Paulo e no país, em relação a março do ano passado houve retrações em ambos os casos, o que preocupa, a despeito de também considerarmos o efeito calendário, com a presença do carnaval no terceiro mês do atual ano.

Além disso, ressaltamos que o volume de vendas do comércio paulista no primeiro trimestre de 2025 quase não cresceu (+0,2%), variando bem abaixo do registrado em âmbito nacional. E mesmo nos últimos doze meses, que São Paulo novamente possui avanço menor que o do país, em ambos os casos se viu graficamente desaceleração no ritmo de expansão do varejo restrito, o que preocupa.

Adicionalmente, chama atenção a discrepância dos desempenhos segmentados do varejo do estado de São Paulo, seja em março, no ano e em 12 meses. Isso impõe ao empresário que nos lê o cuidado em avaliar além das taxas de variações totais do varejo, mas sim compreender como está o desempenho do seu ramo e compará-lo ao próprio ritmo de expansão (ou não) de seu negócio.

Em resumo, o comércio ainda se vê beneficiado por um cenário de consumo sustentado por um mercado de trabalho resiliente, expansão do crédito e por recursos provenientes de políticas governamentais de injeção de recursos na economia. Porém, este cenário positivo não ocorre em todos os ramos varejistas e ao avaliarmos o volume de vendas, não podemos nos esquecer que ele não se refere a taxa de lucratividade ou margens dos produtos e setores.

Cabe a nossos empresários buscarem cada vez mais a melhoria e eficiência de suas operações comerciais (na compra e na venda) para continuarem trilhando o desafio de gerar resultados líquidos positivos em seu(s) negócio(s), ainda mais em um cenário de desaceleração da economia em 2025.

Departamento de Economia e Tributação

O Sindilojas-SP implementou o Departamento de Economia e Tributação, objetivando levar ao empresário do comércio varejista um rol de informações relacionadas à conjuntura macroeconômica, imprimindo sobre estas as particularidades do setor do varejo.

Esse movimento do Sindilojas-SP leva em consideração o fato de que temáticas como obrigações fiscais, carga tributária e questões relativas à recente regulamentação da Reforma estarão permanentemente presentes no dia a dia dos empresários do comércio.

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