Departamento de Economia e Tributação

2° Semestre no varejo: como o lojista pode se preparar?

1 de julho de 2025

Com vendas historicamente mais fortes no segundo semestre, varejistas da capital paulista devem se preparar para um cenário de consumo moderado em 2025, marcado por inflação persistente, juros altos e um consumidor mais cauteloso.

Com a chegada do segundo semestre de 2025, os varejistas devem novamente se preparar para aproveitar as oportunidades da segunda metade do ano e, ao mesmo tempo, se planejar para enfrentar os conhecidos desafios vistos no primeiro semestre. Inicialmente, é relevante ressaltar que historicamente o segundo semestre supera os primeiros seis meses do ano em vendas do varejo. Isso ocorre muito devido a entrada do décimo terceiro salário na economia. É por ele, inclusive, que o mês dezembro é o de maior movimento, sendo o Natal a melhor data especial.

Dados da FecomercioSP confirmam este cenário. Ano passado, o varejo na Capital faturou (bruto) R$211,8 bilhões no primeiro semestre (47% do total anual) e R$238,6 bilhões no segundo semestre daquele ano (53% do total anual). E dezembro realmente foi melhor mês para as vendas, tendo em 2024 uma receita bruta 20% acima da média dos outros onze meses do ano.

Evolução mensal do faturamento bruto real do comércio varejista da Capital em 2024 (a preços de mar/25)

Fonte: Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV – FecomercioSP) / Elaboração e cálculos: Sindilojas SP

A diferença de participação percentual entre os resultados do primeiro e do segundo semestre pode até parecer pequena. Contudo, em termos monetários, representou mais de R$26 bilhões em 2024. Considerando tal tendência, é essencial que o empresário do setor varejista paulistano se prepare de novo e antecipadamente para este tradicional período de maior movimentação, especialmente no último trimestre.

E o que o varejo da Capital pode esperar para o segundo semestre de 2025?

Ainda segundo a FecomercioSP, embora o ano tenha começado com um aumento um pouco maior das vendas brutas em relação ao ano passado, até sustentado pelo crescimento do emprego e da renda, ao longo dos meses a inflação persistente e o cenário de crédito cada vez mais caro enfraqueceram essa trajetória. O resultado é uma desaceleração das taxas de crescimento.

Para o segundo semestre, ainda que o mercado de trabalho se mantenha aquecido, não podemos nos esquecer que a inflação continua impactando a renda resultante deste emprego. Além disso, os níveis de endividamento e inadimplência dos paulistanos estão em ascensão, assim como os juros, dado inclusive o novo avanço da Selic, anunciado no último dia 18 de junho.

Com esse “cabo de guerra” de indicadores puxando o consumo das famílias alguns para cima e outros para baixo, podemos esperar um segundo semestre morno nas vendas, inclusive devido novamente ao adiantamento do décimo terceiro de aposentados e pensionistas para o primeiro semestre, que desloca esse potencial consumo, que seria na segunda metade do ano, para agora. Ainda assim, estima-se que os aumentos mensais do faturamento bruto do varejo paulistano devam girar em até 5% em relação aos mesmos meses do ano anterior.

Ponto de atenção

Esta projeção é para uma média geral do varejo, que apresenta desempenhos variados entre os seus segmentos. Os melhores resultados devem ocorrer em segmentos de bens de consumo não adiável, refletindo a priorização do orçamento familiar para na compra de mercadorias essenciais. Este aspecto deve ser considerado pelos empresários do setor, principalmente o lojista.

Ponto de atenção 2

As estimativas feitas se relacionam ao desempenho bruto das vendas do varejo. Não estamos tratando aqui dos resultados líquidos ou da lucratividade final do setor.

Sabendo deste cenário esperado “meio morno”, como o varejista pode planejar melhor as suas ações nesta segunda metade do ano?

Um bom ponto de partida é revisar o desempenho do primeiro semestre e analisar o histórico de vendas dos anos anteriores, com o objetivo de identificar padrões de consumo e ajustar o planejamento de estoque e o tamanho do quadro de funcionários de forma ainda mais estratégica. É através deste histórico de vendas que se poderá projetar as futuras e, com isso, balizar compras e formação (ou não) de novas equipes. O seu negócio possui indicadores de desempenho?

Campanhas

Além disso, é necessário manter a preparação específica para as datas mais importantes do segundo semestre, como Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday e principalmente o Natal. Lembrando que, neste momento de juros altos, a eficiência nas compras pode evitar a imobilização excessiva de capital em estoque, preservando a liquidez do caixa e menores necessidades de crédito, que estão com juros mais altos.

Digitalização

No campo da digitalização do estabelecimento, a integração entre os canais físicos e digitais deve ser mais uma vez priorizada, promovendo uma comunicação coerente e garantindo experiências de compra unificadas. Com a concorrência cada vez mais acirrada, a presença digital merece atenção especial. Assim, é necessária a criação de campanhas objetivas, claras e eficientes.

Também é importante oferecer um processo de compra simples e ágil. E, se o cenário para o consumidor estará mais apertado, a qualidade nos treinamentos de vendedores e profissionais de atendimento são cruciais para melhorar a experiência do cliente e atingir a tão buscada fidelização, especialmente nos dias de maior movimento.

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O Sindilojas-SP possui em sua estrutura operacional o Departamento de Economia e Tributação, objetivando levar ao empresário do comércio varejista um rol de informações relacionadas à conjuntura macroeconômica, imprimindo sobre estas as particularidades do setor do varejo.

Esse movimento do Sindilojas-SP leva em consideração o fato de que temáticas como obrigações fiscais, carga tributária e questões relativas à recente regulamentação da Reforma estarão permanentemente presentes no dia a dia dos empresários do comércio.

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