Juros às empresas atingem maior nível desde janeiro de 2023

Em função da alta de juros, Sindilojas SP faz alerta aos empresários que necessitam de crédito para as suas operações

Informações atualizadas do Banco Central do Brasil (BCB) mostraram que a taxa média mensal de juros às pessoas jurídicas no país atingiu no último mês de maio 1,83%, o maior patamar desde janeiro de 2023. Em relação a doze meses atrás, houve um avanço de 0,25 pontos percentuais, dado que em maio de 2024 a taxa média de juros ao mês cobrada das empresas atingiu 1,58%. É importante ressaltar que tais dados se referem às operações com recursos livres, isto é, das tradicionais linhas de crédito praticadas pelo mercado financeiro aos estabelecimentos.

Evolução da taxa média mensal de juros das operações de crédito com recursos livres no Brasil – Pessoas jurídicas (%)

Fonte: BCB / Elaboração: Sindilojas SP

Mais do que constatar a continuidade da trajetória ascendente do custo médio do crédito às empresas no Brasil, é importante destrinchar tais informações pelas principais linhas adquiridas pelos estabelecimentos, até para compreendermos se este aumento médio se deu com influência de uma linha ou outra, ou se é algo mais abrangente.

Abrangência

No caso atual, a resposta é a segunda alternativa. O aumento do crédito empresarial se dá de forma abrangente, isto é, provém do aumento do custo das principais modalidades. Abaixo, na tabela 1, veremos que das dez linhas mais utilizadas pelas pessoas jurídicas em nove houve o registro de taxas médias superiores à do mesmo mês do ano passado.

Em números absolutos os maiores avanços ocorreram com a antecipação de faturas de vendas efetuadas via cartões de crédito (que passou de 0,99% ao mês para 1,30% ao mês), do cheque especial empresarial (que passou de 12,87% para 13,70%) e o rotativo do cartão de crédito da empresa (que passou de 9,17% para 10,58%). Apenas o crédito para o capital de giro com prazo inferior a 365 dias sentiu arrefecimento do seu custo, ao passar de 1,99% em maio de 2024 para 1,89% em maio de 2025.

Índice do volume de vendas do comércio varejista restrito do Estado de São Paulo (%) –  maio de 2025

Análise Econômica

O Sindilojas SP mantém o seu alerta às empresas do varejo paulistano quanto ao cenário do custo do crédito no Brasil. Novamente se viu o Banco Central aferindo aumento deste custo, agora com os dados de maio de 2025. Parece pouca coisa dizer que a taxa média mensal de juros migrou de 1,58% ano passado para 1,83% este ano, porém ao considerar isso em doze meses, temos um aumento de 20,71% para 24,31%, sem contar que muitos empréstimos são adquiridos não em doze meses, mas em 24, 36, 48 ou mais meses, portanto o aumento é mais que substancial.

E uma outra constatação a ser feita é que em nove das dez linhas de crédito mais utilizadas por nossos empresários houve aumentos dos seus custos no último ano, demonstrando que a captação de recursos junto aos bancos ficou mais cara em praticamente todas as modalidades, desde a antecipação de recebíveis, vendas em cartão de crédito, capital de giro acima de 12 meses, conta garantida, cheque especial, entre outras.

Gestão criteriosa

Este cenário obriga o empresário manter uma criteriosa gestão de seu fluxo de caixa e do nível de liquidez do estabelecimento, dado que quaisquer necessidades extra de recursos junto aos bancos estará sujeita a um custo ainda mais elevado que os vistos anteriormente. E considerando que a SELIC, que é referência para todas as outras taxas de juros, continuou subindo também em junho, não se espera mudanças deste cenário, no sentido de algum barateamento do crédito no país, no curto ou médio prazo.

Departamento de Economia e Tributação

Dentro de sua estrutura operacional, o Sindilojas-SP possui o Departamento de Economia e Tributação, objetivando levar ao empresário do comércio varejista um rol de informações relacionadas à conjuntura macroeconômica, imprimindo sobre estas as particularidades do setor do varejo.

O Sindilojas-SP leva em consideração o fato de que temáticas como obrigações fiscais, carga tributária e questões relativas à recente regulamentação da Reforma estarão permanentemente presentes no dia a dia dos empresários do comércio.

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