Departamento de Economia e Tributação

Apesar de elevação, inflação fica abaixo do esperado em setembro

14 de outubro de 2025

Depois de marcar deflação de 0,11% em agosto, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) voltou a apresentar aceleração e fechou setembro com 0,48% de variação, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Dentre os grupos com maior influência para este avanço, destacamos o de “Habitação”. Ele aumentou 2,97%, puxado especialmente pela energia elétrica residencial, que evoluiu 10,31%, depois de ter vindo de uma queda de 4,21% no mês anterior.

Por outro lado, o grupo “Alimentação e bebidas” marcou uma queda de 0,26%, a quarta consecutiva. A variação de setembro foi influenciada pela alimentação dentro do domicílio, que caiu 0,41%, após redução de 0,83% de agosto, com destaque para as quedas do tomate (-11,52%), da cebola (-10,16%), do alho (-8,70%), da batata-inglesa (-8,55%) e do arroz (-2,14%)

Índice de Preços ao Consumidor Amplo (%) de setembro de 2025, por grupos

É importante destacar que a inflação de setembro foi superior ao do mesmo mês do ano anterior (+0,44%) e também se mostrou ser a mais elevada em 2025 desde março, quando o índice oficial brasileiro era de 0,56%. No ano, ela acumula alta de 3,64% e em 12 meses de 5,17%, pouco acima dos 5,13% registrado no mês anterior. Lembrando que a meta do Banco Central é buscar um índice de 3%, com teto superior de até 4,5%.


Fonte: IBGE / Elaboração: Sindilojas SP

Se o IPCA ficou em 0,48% neste último mês de setembro, o INPC, que avalia os preços apenas das famílias que possuem rendimento de até cinco salários-mínimos, ficou em 0,52%. Isso ocorreu devido a energia elétrica ter mais peso ao orçamento desta população, fazendo com que o seu aumento em setembro tenha sido mais sentido por tal faixa de renda. Por isso, inclusive, o grupo “Habitação” variou aqui 3,28%, patamar acima do visto com o IPCA.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de setembro de 2025, por grupos

O resultado do INPC de setembro ficou acima do visto no mesmo mês de 2024 e foi o maior desde fevereiro passado, quando a variação havia sido de 1,48%. No ano, o índice acumula 3,62% e em doze meses 5,10%, ligeiramente acima dos 5,05% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Fonte: IBGE / Elaboração: Sindilojas SP

Análise

O Sindilojas SP já havia alertado na análise dos preços de agosto que não veríamos em setembro uma nova deflação ou uma inflação pequena no país. E as projeções estavam corretas. Ainda assim, é importante ressaltar que boa parte do mercado estimava que o IPCA ficaria acima dos 0,50% e o INPC acima dos 0,60%. Porém, ambos ficaram abaixo destes níveis, demostrando que temos realmente uma desaceleração gradual do nível de preços da economia, em relação ao horizonte esperado. E era sabido que os percentuais de setembro viriam altos, até pelo “efeito-rebote” no custo da energia elétrica, que devido ao “Bônus de Itaipu” se restringir a agosto, não ter esse crédito na conta de setembro faria ela vir mais salgada que no mês anterior, como o ocorrido.

Projeção para o último trimestre

Em geral, ainda estamos distantes de ficarmos despreocupados com a inflação no país, até por ela se manter em 12 meses acima do teto da meta do Banco Central. Todavia, a redução sustentada dos preços de alimentos e o alívio no câmbio, em meio a um cenário de juros altos existentes exatamente para conter a elevação dos níveis gerais de preços na economia, tem garantido um cenário de queda no ritmo inflacionário, que veremos de forma mais clara inclusive neste último trimestre de 2025. É bem provável que cheguemos ao fim do ano mais próximos de índices de 12 meses na casa dos 4,5%, do que perto ou acima dos 5%.

Ainda assim, um alerta se faz: a queda no preço de alimentos, principalmente em domicílio, deve reforçar o direcionamento de renda das famílias para tais itens. E considerando o cenário de juros elevados, que encarece o crédito, e altos níveis de endividamento e inadimplência familiar, a tendência é cada vez mais a priorização de bens e serviços essenciais por parte da população, com alguma exceção neste período de datas especiais no fim do ano. E o varejo precisa se atentar para essa transformação de curto prazo do seu cliente.

Departamento de Economia e Tributação

Dentro de sua estrutura operacional, o Sindilojas-SP possui o Departamento de Economia e Tributação, objetivando levar ao empresário do comércio varejista um rol de informações relacionadas à conjuntura macroeconômica, imprimindo sobre estas as particularidades do setor do varejo.

O Sindilojas-SP leva em consideração o fato de que temáticas como obrigações fiscais, carga tributária e questões relativas à recente regulamentação da Reforma estarão permanentemente presentes no dia a dia dos empresários do comércio.

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