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Departamento de Economia e Tributação

Apesar de elevação, inflação fica abaixo do esperado em setembro

14 de outubro de 2025

Alta de 0,48% foi impulsionada pela energia elétrica, mas desaceleração nos alimentos e alívio cambial indicam ritmo mais moderado até o fim do ano

A inflação brasileira voltou a acelerar em setembro, após o resultado negativo registrado no mês anterior, mas manteve-se abaixo das estimativas do mercado financeiro. O desempenho reforça o cenário de estabilidade gradual dos preços, mesmo diante de pressões pontuais em alguns segmentos, e indica que a política monetária restritiva ainda tem efeito sobre o comportamento da economia. Segundo análise do Sindilojas-SP, os números do mês evidenciam uma transição importante: de um lado, a alta no custo da energia elétrica voltou a pressionar o índice; de outro, a sequência de quedas nos alimentos tem funcionado como contrapeso, ajudando a conter um avanço mais expressivo do IPCA.

Após registrar deflação de 0,11% em agosto, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,48% em setembro, segundo o IBGE. O resultado, embora superior ao de setembro de 2024 (0,44%), ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetavam uma alta superior a 0,50%. A principal influência veio do grupo “Habitação”, que avançou 2,97% em razão do aumento de 10,31% na energia elétrica residencial, após a queda de 4,21% no mês anterior. Já o grupo “Alimentação e bebidas” teve retração de 0,26%, a quarta consecutiva, com destaque para as reduções nos preços do tomate (-11,52%), cebola (-10,16%), alho (-8,70%), batata-inglesa (-8,55%) e arroz (-2,14%).

Índice de Preços ao Consumidor Amplo (%) de setembro de 2025, por grupos

Mesmo com a alta de setembro, o índice foi a maior variação mensal desde março, quando o IPCA havia atingido 0,56%. No acumulado de 2025, a inflação soma 3,64%, e em 12 meses, 5,17%, ligeiramente acima dos 5,13% registrados anteriormente. O resultado mantém o indicador acima do teto da meta do Banco Central, de 4,5%, embora o comportamento dos preços aponte para uma desaceleração gradual no ritmo inflacionário.


Fonte: IBGE / Elaboração: Sindilojas SP

O INPC, que mede a variação de preços para famílias com renda de até cinco salários mínimos, apresentou alta de 0,52% em setembro. O aumento, maior que o do IPCA, reflete o peso mais expressivo da energia elétrica no orçamento dessa faixa de renda. Nesse caso, o grupo “Habitação” subiu 3,28%. No ano, o índice acumula 3,62%, e em 12 meses, 5,10%, ambos levemente acima dos percentuais observados em agosto.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de setembro de 2025, por grupos

Para o presidente do Sindilojas-SP, Aldo Nuñez Macri, os resultados confirmam a projeção da entidade de que o país não teria nova deflação em setembro, mas indicam que a inflação está perdendo força de maneira consistente. “O Sindilojas-SP já havia previsto que o IPCA voltaria a subir, principalmente por conta do fim do crédito do ‘Bônus de Itaipu’, que havia reduzido o custo da energia em agosto. Ainda assim, tanto o IPCA quanto o INPC ficaram abaixo do que o mercado esperava, o que mostra uma moderação dos preços em relação às projeções iniciais”, avalia.

Macri reforça, no entanto, que o controle inflacionário ainda não está consolidado. “Mesmo com sinais de desaceleração, a inflação em 12 meses continua acima do teto da meta. A boa notícia é que a queda sustentada dos preços dos alimentos e o alívio no câmbio devem contribuir para uma trajetória mais favorável. É provável que o ano termine com o índice anual mais próximo de 4,5% do que de 5%”, afirma.

Fonte: IBGE / Elaboração: Sindilojas SP

O presidente também alerta que o cenário de juros elevados e crédito caro deve continuar influenciando o comportamento do consumidor. “Com o endividamento ainda alto, as famílias tendem a concentrar seus gastos em itens essenciais. O varejo precisa estar atento a esse movimento, ajustando seu mix de produtos e estratégias de venda para acompanhar o poder de compra real do consumidor”, conclui Macri.

Departamento de Economia e Tributação

Dentro de sua estrutura operacional, o Sindilojas-SP possui o Departamento de Economia e Tributação, objetivando levar ao empresário do comércio varejista um rol de informações relacionadas à conjuntura macroeconômica, imprimindo sobre estas as particularidades do setor do varejo.

O Sindilojas-SP leva em consideração o fato de que temáticas como obrigações fiscais, carga tributária e questões relativas à recente regulamentação da Reforma estarão permanentemente presentes no dia a dia dos empresários do comércio.

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