Carnaval puxa o ritmo das vendas no comércio
O Carnaval, que este ano será de 1 a 5 de março, vai provocar um crescimento de 2% a 3% nas vendas do comércio paulistano, em relação a 2018. É o que indica a pesquisa feita pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que tem como parâmetro também o ritmo apresentado pelo varejo nos últimos meses na Capital Paulista.
“O número de blocos de rua da cidade tem aumentado ano a ano, atraindo foliões de outras regiões. Isso pode ajudar os segmentos hoteleiro e de bares e restaurantes. Nas lojas, a data deverá impulsionar as vendas de artigos como fantasias, maquiagens e adereços. É uma data que movimenta segmentos restritos e de menor valor (comprados à vista), mas que deve ajudar no desempenho final do varejo”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (FACESP).
A estimativa da ACSP pode ser constatada nas lojas que vendem fantasias na região da rua 25 de março.
A Festas e Fantasias, rede com quatro lojas na Ladeira Porto Geral, já tem motivos para colocar o bloco na rua. O libanês de 62 anos, Pierre Sfeir, dono dos estabelecimentos, disse que o movimento de clientes atrás de fantasias começou a aumentar agora em fevereiro. A procura por arranjos para a cabeça, colares havaianos, chapéus, tiaras e máscaras cresce principalmente nos finais de semanas.
De quinta a sábado, as lojas ficam repletas de clientes, que costumam gastar, em média, R$150. As máscaras que estão fazendo mais sucesso este ano são as do casal Jair e Michele Bolsonaro.
Mas a do ex-juiz Sérgio Moro, atual Ministro da Justiça e Segurança Pública, também tem sido muito procurada.
Qualquer uma delas, sai por R$ 5.
A do presidente, por exemplo, estava em falta em uma unidade da Festas e Fantasias. Para sair na foto, imitando o jeito característico de Bolsonaro, Pierre Sfeir mandou buscar um exemplar em outra de suas lojas.
A maioria dos clientes das lojas de fantasias da região é formada por jovens. Mas muitas famílias também entram na onda dos blocos de São Paulo e invadem as lojas em busca de adereços para a folia.
“São mais de 700 blocos de carnavais em São Paulo. Muitas famílias caem na folia. Eu vejo aqui pais comprando fantasias para os filhos. E o contrário também”, afirma.
O movimento dos últimos finais de semana faz Pierre acreditar que haverá um aumento 40% nas vendas este ano. O fato de o Carnaval este ano ser em março também colabora.
“O Carnaval em março ajuda. O pessoal já pagou impostos como o IPTU e o IPVA. Também já comprou o material escolar para os filhos. Assim, todos ficam mais tranquilos para brincar o Carnaval.
A estimativa dos comerciantes da região é que São Paulo receba mais de 4 milhões de turistas no período da folia.
“Percebo que São Paulo tem recebido turistas de todo o Brasil, inclusive do Rio de Janeiro e Bahia, dois estados que têm tradição de realizarem bons carnavais”, acredita Pierre.
Na Angel, da 25 de março, também especializada em fantasias, a expectativa não é diferente, é de otimismo. A gerente Beatriz Silva conta que o gasto médio em sua loja é de R$ 120. Os vestidos coloridos recheados de moedas estão vendendo bastante.
“As mulheres estão comprando estes vestidos, que chamam muito a atenção. São sensuais e se destacam pelo barulho das moedas”, afirma.