Departamento de Economia e Tributação

Cenário de juros altos e as estratégias ao varejo no fim de ano

13 de outubro de 2025

Novamente o juro médio com recursos livres em linhas de crédito destinadas às empresas apresentou crescimento no país. Em agosto, segundo dados do Banco Central, a taxa média anual das operações de crédito com recursos livres destinadas às pessoas jurídicas atingiu o nível de 25,21%, o maior nível desde julho de 2017, quando se registrava um juro médio de 25,41%.

Como poderá ser mais bem observado abaixo, em agosto de 2024 tínhamos no país um juro médio de 21,01%, ou seja, cerca de 4 pontos percentuais menor que o visto 12 meses depois.

Evolução da taxa média anual de juros das operações de crédito com recursos livres no Brasil – Pessoas jurídicas (%)

Fonte: BCB / Elaboração: Sindilojas SP

O Sindilojas SP mantém o seu alerta aos empresários do varejo paulistano, pois nas dez modalidades de crédito mais adquiridas pelas empresas no país há juros médios maiores em agosto deste ano, em comparação ao registrado no mesmo mês do ano passado. A taxa média mensal total, por exemplo, passou de 1,60% ao mês para 1,89% ao mês, uma diferença de 0,29 pontos percentuais.

Chama atenção especialmente os aumentos na antecipação de faturas de cartão de crédito (+0,45 pontos percentuais), no crédito de capital de giro de até 1 ano (+0,74 pontos percentuais), ao capital de giro rotativo (+0,64 pontos percentuais) e no cheque especial empresarial (+0,57 pontos percentuais).  Fora o substancial aumento de 3,21 pontos percentuais no rotativo do cartão de crédito.

 

Análise

Em resumo, o custo do dinheiro continua em elevação para as empresas no país, mesmo com a Selic não se alterando. Com isso, o financiamento de capital de giro, a antecipação de recebíveis e o parcelamento de compras se tornam significativamente mais caros, impactando diretamente a margem de lucro e a capacidade de investimento das empresas. Além disso, o encarecimento do crédito tende a reduzir o consumo das famílias, já que o acesso ao parcelamento e ao crédito pessoal também se torna mais restrito, pressionando as vendas, especialmente em setores dependentes do consumo imediato (como é o varejo) ou de maior valor agregado (como são alguns dos principais segmentos do varejo).

Diante desse cenário, o Sindilojas SP defende ainda mais que os varejistas revisem as suas estratégias financeiras e operacionais para este fim de ano. O momento pede cautela na tomada de empréstimos, renegociação de dívidas existentes, com planejamento rigoroso do fluxo de caixa. Avaliar alternativas de financiamento, como linhas com garantias, pode reduzir custos se a necessidade de crédito for algo inevitável. Da mesma forma, otimizar estoques, reforçar o controle de despesas e priorizar campanhas de vendas que não dependam excessivamente de prazos longos de pagamento são atitudes essenciais para manter a saúde financeira do negócio em um ambiente de juros elevados.

Departamento de Economia e Tributação

Dentro de sua estrutura operacional, o Sindilojas-SP possui o Departamento de Economia e Tributação, objetivando levar ao empresário do comércio varejista um rol de informações relacionadas à conjuntura macroeconômica, imprimindo sobre estas as particularidades do setor do varejo.

O Sindilojas-SP leva em consideração o fato de que temáticas como obrigações fiscais, carga tributária e questões relativas à recente regulamentação da Reforma estarão permanentemente presentes no dia a dia dos empresários do comércio.

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