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É proibido estacionar. E, pelo visto, vender também.

5 de novembro de 2013

 

Comerciantes da avenida João XXIII vêm sofrendo grandes prejuízos com as determinações impostas pela CET em relação ao horário de proibição para estacionar ao longo da via

 

 

Desespero. Esse foi o sentimento captado pela equipe Sindilojas-SP ao conferir in loco a situação vivida pelos lojistas da avenida João XXIII, Vila Formosa, na zona leste da capital. Segundo os comerciantes locais, o período determinado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para proibição de veículos estacionados na referida via tem comprometido drasticamente os estabelecimentos comerciais do trecho.

 

Eliane Vicente, proprietária da Aquamaxi, comércio de peixes ornamentais situado na avenida, acusou uma queda de 30% em seu faturamento por causa da inacessibilidade dos clientes ao seu estabelecimento.

 

“Qual não foi minha surpresa ao parar o carro em frente à minha loja para descarregar mercadoria e ser multada por um agente da CET que simplesmente apontou para uma placa – Proibido Estacionar das 6h às 20h – colocada da noite para o dia, há poucos metros da minha porta? Justo no final do ano, quando temos de trabalhar muito para vender um pouco mais? Assim como os demais comerciantes da avenida, já havia me adequado à implantação do corredor exclusivo para ônibus e à restrição para estacionamento das 17h às 20h. E, então, isso: um expediente inteiro sem poder estacionar para fazer compras”, desabafa a lojista.

Eliane alega que as mudanças constantes vêm interferindo muito em seus negócios. Segundo ela, a faixa exclusiva para ônibus já havia lhe custado uma queda de 20% nas vendas.

 

Outros comerciantes da avenida João XXIII também reclamam das mudanças impostas. Valentim Augusto Malta, outro empresário local, disse que a preocupação é geral nos estabelecimentos.

 

“Tem gente aqui que está sendo forçada a considerar até mesmo a demissão de alguns colaboradores. Isso é triste. Em pleno fim de ano, quando os estabelecimentos precisam desses funcionários e estes precisam de seus empregos, enfrentamos uma situação dessas. Eu mesmo já posso dizer que os negócios despencaram bastante nos últimos meses. Algo em torno de 45% de queda. É muita coisa”.

 

Apoio do Sindilojas-SP

 

Os comerciantes locais estão bastante conscientes de que é preciso unir forças para validar qualquer possibilidade de solução ao problema. Tanto que eles mesmos têm circulado um abaixo-assinado entre si para encorpar o pleito pela reconsideração da CET sobre as determinações ali impostas. Muitos estabelecimentos estão mantendo cartazes em suas vitrines e fachadas, solicitando a assinatura de adeptos à causa defendida por seus proprietários.

Mesmo assim, paira no ar a seguinte pergunta: estaria a administração municipal disposta a voltar atrás em sua determinação?

 

Na visão de Ruy Nazarian, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), as chances de uma reconsideração por parte da Prefeitura até existem, mas é importante que os lojistas da avenida João XXIII também estejam preparados para a possibilidade de um retorno não tão imediato para suas reivindicações.

 

“Comerciantes de diversos pontos da capital estão enfrentando esse impasse com os horários restritivos para estacionamento. Alguns conseguiram reverter a situação e outros ainda estão aguardando por uma resposta. Infelizmente, não temos como prever quando a atual situação dos lojistas da avenida João XXIII mudará. De todo modo, o que eles estão fazendo já é muito importante: eles podem e devem apresentar sua defesa de causa às autoridades. E eles têm o apoio do Sindilojas-SP para isso. Vamos lutar muito pelas reivindicações dessas empresas”, diz o sindicalista.

 

Outra avenida, mesmo problema.

 

No centro da capital, mais especificamente no bairro da Luz, outros comerciantes também estão enfrentando problemas gerados pela implantação de um corredor para ônibus na avenida Tiradentes – sentido centro/bairro, das 6h às 22h – em frente aos seus estabelecimentos.

Por meio de um abaixo-assinado encaminhado por eles ao vereador Ricardo Teixeira (PV), os lojistas da avenida Tiradentes defendem que não há a menor necessidade de se manter uma faixa exclusiva para ônibus ali, uma vez que o sentido centro/bairro não é tão movimentado assim grande parte do dia.

 

“Esse corredor removeu, inclusive, a zona azul que havíamos conseguido recentemente para o trecho, após anos de negociação com a Prefeitura e demais órgãos responsáveis. Precisamos dispor a frente dos nossos estabelecimentos não apenas aos clientes, mas aos fornecedores também. Até mesmo as entregas têm sido comprometidas com o vigor dessa faixa exclusiva em período tão extenso do dia”, acusa o proprietário da loja Mototex Uniformes, Marcelo Carvalho.

 

 


 

 

 

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