
Loja de roupa lidera perda de mão de obra
Os cinco anos recém-completados do início da pandemia de Covid-19 trouxeram dados negativos para segmentos do comércio. Levantamento divulgado recentemente pela FecomercioSP indica os números da perda de mão de obra no período: loja de roupa lidera a lista.
Segundo a referida pesquisa, o varejo de vestuário e acessórios foi o que menos conseguiu recuperar mão de obra perdida na pandemia, considerando o período de 2020 a 2025. Levantamento recente do IBGE, efetuado no recorte temporal mais crítico da Covid-19 e que apontou queda de 28% no volume de vendas para o setor de loja de roupa, também contribuiu para explicar os números.
O estudo sugere que, durante a crise sanitária, as famílias direcionaram gastos aos bens essenciais, e que isso alterou o consumo do país. Nesse sentido, a pesquisa verifica que a perda da mão de obra está também diretamente ligada ao declínio no volume de vendas, uma vez que isso implica em menos geração de empregos, e, consequentemente, em menores oportunidades de contratação.
Ainda segundo o levantamento, dos 78 segmentos do varejo paulista, 16 registraram, ao fim de janeiro de 2025, volume de trabalhadores menor do que em 2020, com o setor de loja de roupa liderando essa lista.
Diagnósticos
Os fatores apontados pelo estudo que contribuem para explicar esse estado de coisas levam em consideração essa perda de consumidores e o consequente fechamento de estabelecimentos e desligamentos ocorridos, o que resultou em margens ainda mais apertadas para os lojistas trabalharem, forçando um processo de recuperação dos impactos da crise.
A significativa elevação da taxa de juros, que nesse recorte de cinco anos saltou de 3,75% para 14,25%, também é mencionada como um fator importante para a construção desse cenário, visto que isso afeta a parcela do empréstimo, que muitos empresários tiveram que fazer durante a crise.
Ranking
Confira abaixo, em números absolutos divulgados pelo levantamento, a relação dos setores com menos vagas, que refletem os dados estatísticos da perda de mão de obra no comércio varejista (considerando o período de 31 de janeiro de 2025 a 31 de janeiro de 2025).
- Artigos de vestuário e acessório – 177.132 – 165.720 – (-11.412)
- Equipamentos de áudio e vídeo – 47.671 – 40.236 – (-7.435)
- Lojas de departamento ou magazines – 39.097 – 33.156 – (-5.941)
- Calçados – 44.452 – 40.778 – (-3.674)
- Livros – 11.959 – 10.951 – (-1.008)
Migração digital
Segundo especialistas do Sistema do Comércio, a migração para os meios digitais deve ser considerada pelos empresários do varejo, como caminho completar para mitigar os efeitos desses dados estatísticos negativos, oriundos da perda de mão de obra nos setores. Nesse particular, o emprego de meios como sites, WhatsApp e redes sociais para a divulgação de produtos e serviços, pode se mostrar como uma forma eficaz de se fazer isso, evitando, dessa maneira, do negócio ficar restrito a apenas um canal de venda.
Assim, é preciso citar a possibilidade de uma adaptação do setor frente a um quadro funcional mais enxuto, no qual a digitalização comercial, inclusive, tem sido cada vez mais acelerada.
Cenário macroeconômico
Afirmam também que, por outro lado, os empresários do varejo devem igualmente considerar a macroeconomia do país como principal fator do cenário que atualmente se apresenta, tais como o atual descontrole inflacionário, a alta de juros e as eventuais inseguranças das políticas fiscais adotadas. Nesse sentido, apesar do momento de aparente crescimento econômico e geração de empregos, há a percepção de que isso não é sustentável e, em função disso, a segurança para investir e a atenção constante aos índices do mercado, devem ser as prioridades para os lojistas.
O Sindilojas-SP faz parte do Sistema Confederativo do Comércio, participando das ações em Defesa do Comércio conjuntamente com a Confederação Nacional do Comércio e a FecomercioSP.
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