Emprego formal escasso
Tal como previmos há algumas edições, o mercado de trabalho no país tem apresentado, nos últimos meses, uma queda vertiginosa no número de carteiras assinadas (trabalho formal). Dados recentes do Ministério do Trabalho corroboram essa defasagem. Em seu último relatório, alusivo ao mês de junho, o MTE apontou uma redução de mais de 111 mil vagas por todo o território nacional. Esse é o resultado mais baixo para o mês desde o início da série histórica da pesquisa, iniciada em 1992, ano em que a redução de vagas chegou a 3.738.
Analisando somente o período de 2015, esse foi o terceiro mês consecutivo de redução de vagas com carteira assinada, algo que reflete bem a gravidade da situação econômica do país. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego atingiu 8,1% no fim do segundo trimestre deste ano. Os setores mais afetados por essa redução de oportunidade formais são, em ordem exata, indústria, serviços e comércio. Neste último, somente em junho, foram subtraídas 25.585 vagas do circuito. É muita coisa para um mês como esse, que conta com um dos picos de vendas do ano (Dia dos Namorados) e normalmente apresenta boa movimentação comercial. Ainda segundo o MTE, o estado que apresentou mais perda de vagas com carteira assinada foi São Paulo, com 52.286 postos a menos. Na sequência, vêm Rio Grande do Sul (14.013), Paraná (8.893) e Santa Catarina (7.922). Todos, tradicionalmente, estados considerados bons celeiros da empregabilidade.
Encerro este espaço, abrindo um questionamento: será que o Governo se dá conta do quanto nossas empresas estão fragilizadas, a ponto de nem mesmo sermos capazes de gerar mais empregos ou até de sustentar aqueles que já vínhamos mantendo? Quando esse avassalador efeito dominó chegará ao fim? Qual será o efeito para o país quando a última peça cair?
Ruy Pedro de Moraes Nazarian
Presidente do Sindilojas-SP