Empresas do varejo recorrem a medidas anticrise
Fonte: Revista Sindilojas-SP
Limitar o crédito, reduzir o parcelamento das vendas sem juros, reter a emissão de cartões próprios (private label) e elevar o capital de giro. Estas são algumas das alternativas que as grandes redes do varejo vêm adotando como meios de se manterem estáveis em meio à crise econômica do país. Listam-se aí nomes como Riachuelo, Magazine Luiza, O Boticário e Raia Drogasil, dentre outros de igual expressão no setor.
Em depoimento prestado à imprensa no mês passado, o presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, alega que a atual crise vem impondo que as empresas olhem cada vez mais para seus respectivos caixas. “Atualmente, contamos com cerca de 26 milhões de cartões emitidos com a marca Riachuelo. Por mês, a emissão desses cartões gira em torno de 150 mil. Infelizmente, temos de reduzir esse número para preservar nossas contas”, explica o presidente da rede. Segundo a assessoria da Riachuelo, a marca tem despendido mais atenção sobre seus processos logísticos para abrir seu canal de vendas online. A intenção é que se comece a integrar todos os processos envolvidos nesse projeto para, em 2017, abrir com força o e-commerce da marca.
Apoio do governo – A presidente da rede Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, também tem se manifestado mais aos meios de comunicação quando a pauta é alternativas de sobrevivência das empresas na crise. Segundo ela, o financiamento do consumo por meio do varejo precisa ser melhor avaliado pelo governo, uma vez que, com a economia em baixa, não há como as empresas do varejo traçarem soluções por conta. “Temos discutido, junto ao Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), medidas que providenciem o destravamento da nossa atual economia. Praticamente toda sugestão que surge resvala na participação e no apoio do governo”, expôs a executiva durante o 18º Fórum de Varejo da América Latina (Latam Retail Show) realizado em São Paulo no fim de agosto último.
Expansão: saída para alguns – Também presente nos painéis do Latam Retail Show 2015, a rede de farmácias Raia Drogasil está entre as empresas brasileiras que vêm lutando contra a crise econômica por meio de estratégias de expansão e não de delimitação. Segundo o presidente da rede, Marcílio Pousada, a empresa seguirá em frente com sua meta de abrir novas unidades pelo país. Durante sua apresentação no evento, ele afirmou que serão inauguradas 130 unidades da rede por 17 estados, ainda este ano. Ainda sobre o tópico ‘expansão’, o grupo O Boticário tem contado com o suporte de um centro de distribuição instalado recentemente em Salvador e duas novas fábricas em meio à crise. Artur Grynbaum, CEO da marca, confirma que o investimento em infraestrutura, assim como o constante esforço de se ampliar o modelo de negócio no país, com a criação da marca ‘Quem disse, Berenice?’, por exemplo, é o que vem garantindo que a empresa O Boticário continue sólida no mercado, apesar do atual cenário de instabilidade.
Maior acesso ao crédito – Ao avaliar as medidas adotadas pelas principais redes do varejo brasileiro, o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), Ruy Nazarian, aponta a necessidade de maior acesso ao crédito para as empresas do setor. “Boa parte das grandes empresas do varejo até contam com linhas de crédito para investimentos, porém, tal capital fica estancado em detrimento da forte burocracia em torno disso. O governo brasileiro precisa entender que esse recurso não apenas é vital para a sobrevivência dessas empresas, mas também para o fortalecimento da economia do país que, verdade seja dita, encontra-se atualmente sob uma condição calamitosa”, diz Nazarian.
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