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IA: medo de substituição afeta saúde mental e desafia o RH

9 de junho de 2025

Pesquisa indica que 17% dos brasileiros temem ser substituídos pela IA em seus empregos; 35% estão estudando sobre IA para se preparar melhor para o futuro

O avanço acelerado da inteligência artificial no ambiente corporativo tem desencadeado uma reação silenciosa, mas preocupante: o medo de ser substituído. De forma crescente, trabalhadores de diferentes áreas relatam ansiedade e insegurança diante da possibilidade de substituição por tecnologias cada vez mais autônomas. O impacto não é apenas operacional – ele já se faz sentir no bem-estar mental dos times, desafiando diretamente o departamento de Recursos Humanos das empresas.

Ainda que a IA traga ganhos inegáveis de produtividade, eficiência e redução de tarefas repetitivas, seu uso também abre espaço para dúvidas existenciais sobre o futuro das profissões.

Pesquisa

Segundo pesquisa da NordVPN, 17% dos brasileiros temem ser substituídos pela IA em seus empregos, enquanto 27% acreditam que a tecnologia está evoluindo rápido demais. Além disso, 35% dos entrevistados estão estudando sobre IA para se preparar melhor para o futuro. O sentimento é mais evidente em setores administrativos e de atendimento, onde os avanços da automação se tornaram mais visíveis no dia a dia.

“O medo de ser substituído não é irracional – ele vem de um processo de mudança real e muito rápido. Mas a maneira como as empresas lidam com esse sentimento faz toda a diferença”, explica Renan Conde, especialista em gestão de pessoas e CEO Brasil da Factorial. Para ele, o papel do RH nesse contexto é essencial: acolher, escutar e trazer clareza. “As pessoas precisam entender como a IA pode atuar ao lado delas, e não contra”, completa.

Comunicação clara

Ainda que muitas empresas estejam adotando soluções de inteligência artificial com foco em ganho de eficiência, nem sempre essa transição é acompanhada de uma comunicação clara com os times. A ausência de diálogo e de iniciativas que envolvam os colaboradores no processo de inovação pode acentuar sensações de exclusão e incerteza.

Para Conde, é nesse ponto que o papel do RH se torna estratégico – não apenas como executor de mudanças, mas também como guardião do equilíbrio emocional das equipes. Ele explica que os líderes de RH precisam estar atentos aos sinais: queda de produtividade, aumento de afastamentos e perda de engajamento podem ser reflexos diretos da ansiedade relacionada ao futuro profissional. “Muitas vezes, a causa não está na carga de trabalho em si, mas na insegurança sobre o que está por vir”, pontua.

O que as empresas podem (e devem) fazer

Diante desse novo cenário, especialistas defendem que os times de gestão adotem uma abordagem mais humana e ativa, com ações que vão além do discurso.

Empresas como a Microsoft criaram programas internos que incentivam os funcionários a participarem ativamente no desenvolvimento e teste de novas soluções de IA, fortalecendo a sensação de pertencimento e inovação compartilhada. Já o Google incentiva seus engenheiros a dedicar tempo a projetos pessoais que possam impactar a empresa, promovendo um ambiente de inovação contínua. 

Outro ponto importante é manter a comunicação clara e transparente sobre as transformações em curso. Spotify e Netflix, por exemplo, são conhecidos por promoverem uma comunicação extremamente aberta sobre mudanças tecnológicas e suas implicações, o que ajuda a construir confiança e engajamento.

Saúde mental

Por fim, a saúde mental precisa ser uma prioridade para garantir um ambiente saudável e inovador. Algumas empresas estão investindo em parcerias com plataformas para oferecer apoio emocional estruturado, reconhecendo que a saúde mental é um pilar essencial para a inovação sustentável.

“Quando as pessoas entendem que a tecnologia pode libertá-las de tarefas mecânicas e abrir espaço para o pensamento estratégico, a relação com a IA muda completamente. Transforma-se em uma ferramenta de potencialização, e não de substituição”, ressalta Conde.

Para os próximos anos, a tendência é que esse dilema se intensifique. As empresas que conseguirem equilibrar eficiência tecnológica com cuidado genuíno com as pessoas estarão mais preparadas não apenas para inovar, mas para reter talentos, manter o engajamento e construir culturas organizacionais mais resilientes.

PROGERH

Com base nesse contexto e levando em consideração o fato de que os cenários de RH estão em constante transformação e atualização, o Sindilojas-SP idealizou e concebeu o PROGERH – Programa de Gestão de RH no Varejo

O aprendizado obtido nas interações com os profissionais do setor moldarão as ações futuras. Por isso, o contato e compartilhamento do conhecimento é algo valorizado e resultará numa experiência cada vez mais rica e proveitosa para todos.

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