Maior carga tributária significa…
Gostemos ou não, somos obrigados a admitir que a rentabilidade e o desempenho competitivo de nossas empresas são hoje muito reféns da carga tributária que nos é imposta. Na prática, ela acaba sendo uma variável decisiva desses fatores – lucro e competitividade – e chega até mesmo a influenciar na capacidade de SOBREVIVÊNCIA das empresas nesse mercado cada vez mais acirrado ao qual já estamos bem familiarizados. Hoje, os tributos incidentes sobre o valor de custo de um produto chegam a variar de 20% a 35%. É muita coisa.
Enquanto empreendedores, estamos sempre em busca de meios para equilibrar nossos compromissos tributários às nossas necessidades empresariais. Nesse processo, somos muitas vezes induzidos a otimizar investimentos que julgamos necessários para nossos empreendimentos comerciais e, dependendo do quanto a carga tributária interfere nos negócios, somos obrigados a elevar os preços dos nossos produtos e serviços prestados aos consumidores. É isso ou entrar para as estatísticas da mortalidade empresarial no país.
A realidade para as empresas brasileiras é mesmo dura, leitor: nossa atual carga tributária incide sobre TODA a cadeia produtiva intersetorial. O modelo de cobrança regressiva impacta em muito no valor dos produtos e, não à toa, os preços no país estão hoje muito acima da média mundial. No ano passado, o Brasil ficou em 54º lugar em um ranking de 60 países no Índice de Competitividade Mundial da escola suíça IMD. Detalhe: em 2013, exercício anterior, estávamos um pouco melhor posicionados. Retrocesso lamentável.
Finalizo este espaço, retomando uma lição aprendida a duras penas, em meus tempos de comerciante em atividade: maior carga tributária significa maior preço e, consequentemente, menor demanda. Que parte dessa matemática um tanto óbvia nossos governantes ainda não entenderam?
Ruy Pedro de Moraes Nazarian
Presidente do Sindilojas-SP