Mercado Pet: consumidor opta cada vez mais por itens mais baratos
Tempos de crise, tempos de readaptação. Ao que tudo indica, essa é a linha de raciocínio que muitos consumidores do mercado pet vêm seguindo de uns tempos para cá. De acordo com um levantamento feito pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), a demanda por itens mais baratos desse mercado em especial tem sido cada vez maior, em concomitância a uma leve retração no consumo dos produtos tidos como “mais caros”.
Nas palavras do presidente da Abinpet, José Edson Galvão de França, tal movimento de migração despontou com força em 2015 e, ao que tudo indica, está se intensificando bem este ano. Para ele, esse tipo de comportamento de consumo é natural em tempos de recessão econômica.
“O volume de vendas no mercado pet pode e provavelmente vai apresentar algum crescimento durante os próximos meses, mas mais em função da demanda maior por produtos com preço médio menor”, alega o presidente da associação.
De acordo com a necessidade – Ciente das informações prestadas pela Abinpet, a coordenadora da Câmara Setorial de Lojistas de Pet Shop do Sindilojas-SP, Valquíria Furlani, entende que o segmento encontra nesse tipo de comportamento de consumo um respaldo para se manter estabilizado em meio à crise. “Talvez por uma questão de necessidade, o consumidor que costumava comprar rações da linha Premium tem optado cada vez mais por produtos intermediários e, na sequência, para itens com preço de entrada. De todo modo, o mercado pet não tende a encolher em volume, pois as pessoas não deixam de comprar ração. Contudo, o faturamento, descontada a inflação, pode empatar ou até apresentar um leve declínio em comparação ao desempenho do segmento pet registrado no ano passado”, explica Furlani.
Mercado interno/externo – Dados da Euromonitor International indicam que o mercado de pet food continuará em alta no Brasil durante os próximos anos, embora possa apresentar menor ritmo de expansão se comparado aos últimos cinco anos. No período de 2010 a 2015, as vendas no país saltaram 62,5% para US$ 4,5 bilhões, enquanto no mundo o avanço foi de 30,8% para US$ 77,6 bilhões. Para o período de 2015 a 2020, a estimativa é de crescimento acumulado de 21,4% no mercado interno, chegando a US$ 5,5 bilhões. Já o mercado global deve registrar alta de 13,0% na mesma comparação para US$ 87,7 bilhões.