Moda: correção de rota para a adaptação a invernos quentes
Nos últimos anos, margem de varejistas de moda esteve em queda com temperaturas acima do esperado para o inverno e o clima de calor fora de época forçou mudança de estratégia para a reversão dessa tendência.
Fonte: Valor Econômico
Invernos quentes já derrubaram os resultados de muitas empresas varejistas de moda e a linha do tempo na detecção desse cenário registrou, a partir dos anos 2000, que as empresas do setor buscaram encurtar os ciclos de produção, para chegar com coleções mais atuais às lojas, uma lógica bem diferente do que essas companhias viveram até os anos 1990, quando o jogo era planejar coleções com maior antecedência.
E essa mudança de mercado registrada naquela época, teve recentemente mais um gatilho de aceleração: a chegada de diversas empresas de moda digital, que se guiam completamente por dados, capturam as tendências de consumo na internet e testam lotes pequenos que podem ser escalados com grande velocidade, num movimento conhecido como ultrafast fashion.
Segundo apurações, o modelo de produção de coleções e compras dos fornecedores deu um salto e a chegada de novos competidores acelerou as mudanças, com modelos de negócios diferentes e olhar voltado para todos os players do mercado, seja do próprio segmento do varejo, seja da indústria, como forma de aprendizagem constante.
Imprevisibilidade
Especialistas tem afirmado que os varejistas de moda têm convivido cada vez mais com a imprevisibilidade do clima e que o inverno, nos tempos atuais, é uma estação de alto risco, visto que uma parte grande do país já não registra as temperaturas típicas desse período. Por essa razão, a temporada de inverno tem se mostrado cada vez mais curta e errática, em que há apenas picos de frio.
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Assim, entre as soluções que o setor tem encontrado para contornar esse problema está a adoção de coleções com mais peças voltadas para o calor ou calor moderado, o que se configura como aposta menos arriscada, uma vez que se investe menos em produtos menos pesados para frio intenso, procurando manter estoques consideravelmente rasos e, assim, não correr riscos de ficar com estoque excedente, caso o frio não venha.
Caminho
Para os especialistas, a capacidade de dar uma resposta rápida a um inverno com temperaturas mais altas do que o esperado pode ser decisiva para salvar os resultados dessa temporada e o investimento na construção de bons relacionamentos com fornecedores tende a ser determinante para a obtenção de êxito nesse sentido. Isso permite uma reação rápida ao calor inesperado e as lojas ficam abastecidas com peças mais adequadas ao clima.
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