
O Boletim Focus e os recados ao varejo
Boletim Focus aponta inflação mais baixa e câmbio estável, mas alerta para juros altos e desaceleração da economia, exigindo cautela do varejo paulista no planejamento do segundo semestre.
O Sindilojas SP está sempre atento às perspectivas macroeconômicas de mercado, explicitadas via o Boletim Focus, semanalmente divulgado pelo Banco Central brasileiro. No último dia 25 de agosto, vimos uma nova atualização deste documento, e que nos traz algumas informações positivas e outras já mais preocupantes.
A primeira informação que nos chama atenção é a projeção à inflação oficial do país, medida pelo IBGE através do IPCA, e que agora se localiza agora em 4,86%, bem abaixo dos quase 6% que foi projetado meses atrás.
Essa aparente boa notícia, dado que ninguém gosta de inflação e é este o motivo de termos uma Selic tão elevada no país, esconde por trás os efeitos adversos desses juros tão elevados. Para conter inflação, os juros altos impactam o nível de atividade da economia. É o remédio amargo que, para controlar os preços, desestimula o ritmo da atividade econômica. Tanto que o PIB projetado para 2025 já havia ultrapassado dos 2,2% e agora está em tendência de queda se localizando nessa semana em 2,18%.
Bons sinais
Se a boa notícia de preços mais comportados no Brasil provém da má notícia (ainda que fosse esperada) quanto ao ritmo de desaceleração da nossa economia neste segundo semestre, o câmbio, por sua vez, dá bons sinais em seu horizonte. As suas últimas projeções se localizam próximo de 5,60 para o fim do ano, bem abaixo dos 6,00 que já foi projetado no início de 2025. O que se vê, portanto, é o câmbio passando quase ileso quanto às polêmicas sobretaxas americanas, o que é bastante importante, pois uma desvalorização do Real pioraria ainda mais a nossa inflação doméstica, devido ao aumento de preços de importados.
Já em relação aos juros, dado que hoje a Selic se localiza em 15% ao ano, a redução da inflação, puxada para baixo por uma economia mais lenta, poderia até acelerar os esperados cortes da nossa taxa básica de juros. Ainda assim, é pouco provável que isso ocorra em 2025 e, mesmo que ocorra em 2026, não será uma queda rápida.
Recado aos empresários
E um recado aos nossos empresários do varejo paulistano e aos seus clientes: conviveremos, de maneira tácita, com juros elevados por algum tempo! Portanto, o custo do dinheiro continuará elevado para pessoas físicas e jurídicas, dado que é a Selic quem parametriza as trajetórias de todo custo de crédito para estabelecimentos e consumidores.
Em suma, o que o Boletim Focus nos alerta é que os efeitos dos juros altos no país começam a mostrar sua eficácia, isto é, controlar melhor a inflação, nem que seja ao custo de uma desaceleração mais forte e/ou rápida de nossa própria economia.
Aos nossos lojistas, especialmente nesta segunda metade do ano, toda cautela é pouca, principalmente ao planejamento para último bimestre, quando sazonalmente o movimento se aquece pela Black Friday, Natal, férias escolares e Réveillon, devido a injeção do 13° salário na economia.
Tendência
A tendência é que este período continue sendo o período mais aquecido de vendas em relação aos outros meses, porém, em relação aos anos anteriores, a propensão é de taxas bem mais tímidas de crescimento, principalmente em relação ao que foi visto em datas especiais do primeiro semestre. É com este cenário que todo o cuidado é pouco quanto às projeções de vendas e, consequentemente, a realização de estoques, negociação de prazos com fornecedores, avaliação do tamanho do quadro de colaboradores, necessidade ou não de crédito, e todas as demais ações de gestão empresarial do comércio.
Departamento de Economia e Tributação
Dentro de sua estrutura operacional, o Sindilojas-SP possui o Departamento de Economia e Tributação, objetivando levar ao empresário do comércio varejista um rol de informações relacionadas à conjuntura macroeconômica, imprimindo sobre estas as particularidades do setor do varejo.
O Sindilojas-SP leva em consideração o fato de que temáticas como obrigações fiscais, carga tributária e questões relativas à recente regulamentação da Reforma estarão permanentemente presentes no dia a dia dos empresários do comércio.
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