
Os sinais do consumo e a cautela para o final de ano
O varejo está prestes a entrar em sua tradicional melhor época do ano: novembro e dezembro. Nesse período, as vendas aumentam devido ao impacto do décimo terceiro salário, que eleva a renda disponível das famílias. Além disso, datas especiais como Black Friday e Natal impulsionam ainda mais as compras de presentes e mercadorias.
O pós-festas também é movimentado por trocas, além das confraternizações típicas do fim de ano, entre familiares, amigos e colegas de trabalho ou escola.
Confirmação pelos números
Os números confirmam esse cenário favorável do último bimestre: segundo a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV – FecomercioSP), em dezembro de 2024, o faturamento bruto real do varejo paulistano foi 20% superior à média dos outros meses do ano, e no segmento de vestuário, tecidos e calçados, chegou a ser 76% maior. Já novembro se destacou como o segundo melhor mês, com receita 13% acima da média dos dez meses anteriores.
Reconhecer essa sazonalidade é fundamental para o varejo ajustar estoques, equipes, horários de funcionamento e as estratégias de precificação de mercadorias (promoções). Para compreendermos melhor a atual fotografia do consumo das famílias, o Sindilojas SP analisou alguns indicadores que dão o tom do que deve ser a trajetória do consumo e do varejo neste fim de 2025.
Indicadores
A expectativa é positiva para as vendas de final de ano, fundamentada até pelo crescimento nas vendas acumuladas do primeiro semestre do ano e pela força do mercado de trabalho na capital. Porém, uma alta significativa não é esperada em relação ao desempenho de 2024. Apesar do emprego sustentar a renda das famílias, o poder de compra desta renda continua afetado pelos preços altos e pelo crédito mais caro e restrito, graças aos juros elevados e ao alto índice de endividamento e inadimplência.
Três indicadores da FecomercioSP ilustram esse quadro cauteloso. Segundo a PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores), o endividamento das famílias paulistanas atingiu 72,7% em setembro, maior marca em dois anos, abrangendo quase 3 milhões de famílias com alguma dívida.
Já a confiança do consumidor, medida pelo ICC (Índice de Confiança do Consumidor), caiu 10,6% em comparação ao mesmo mês do ano passado, e a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é praticamente a mesma ao compararmos também tal indicador nos dois últimos meses de setembro. Neste caso, inclusive, há uma piora 12,5% para o subindicador que mede a propensão dos clientes em consumir bens duráveis.
Cautela e esforços
Em síntese, espera-se um fim de ano até positivo, mas distante de resultados excepcionais. O mercado de trabalho sustenta o consumo, todavia os consumidores estão mais endividados, menos confiantes e com cautela na intenção de comprar. Por isso, é preciso planejar vendas e estoques com cautela, até para não haver furos no caixa, imobilização excessiva de capital de giro e perda de liquidez.
Diante desse cenário, o varejo deve redobrar esforços em bom atendimento, preços competitivos, presença digital e ações estratégicas de marketing. Tudo na tentativa de aproveitar as conhecidas oportunidades do período mais esperado do ano.
Departamento de Economia e Tributação
Dentro de sua estrutura operacional, o Sindilojas-SP possui o Departamento de Economia e Tributação, objetivando levar ao empresário do comércio varejista um rol de informações relacionadas à conjuntura macroeconômica, imprimindo sobre estas as particularidades do setor do varejo.
O Sindilojas-SP leva em consideração o fato de que temáticas como obrigações fiscais, carga tributária e questões relativas à recente regulamentação da Reforma estarão permanentemente presentes no dia a dia dos empresários do comércio.
Fale conosco, queremos ajudar, melhorar e proteger seu negócio. Entre em contato através dos nossos canais
Ligue 11 2858-8400, FALE CONOSCO ou ainda pelo WhatsApp 11 2858-8402