Ruy Nazarian fala sobre aliança estratégica entre Brasil e EUA
Recentemente, foi divulgado que o governo brasileiro deverá receber uma lista de políticas que foram adotadas pelos EUA para promover seu setor do comércio, após a histórica crise financeira que abalou aquele país em 2008. Isso objetiva prestar auxílio a empresas locais no desenvolvimento de suas respectivas atividades voltadas para a superação da atual recessão brasileira.
Os atuais secretários do Comércio de ambos os países, Kenneth Hyatt (EUA) e Marcelo Maia (Brasil), iniciaram há algumas semanas uma parceria que, em teoria, incentiva e facilita a atividade empresarial/comercial entre as duas nações. Foi durante uma feira internacional realizada em Nova York, em janeiro último, que eles começaram a discutir e estabelecer uma linha mais direta de comunicação.
Segundo fontes diretas do secretário brasileiro, o governo estadunidense se dispôs a trocar experiências, com base nas medidas adotadas por ele durante a famigerada crise financeira global de 2008, que nos serviriam de subsídios estruturais para o Brasil neste momento de indiscutível instabilidade.
Em depoimento recente à imprensa, o secretário brasileiro alegou que “os EUA têm um programa de internacionalização das empresas norte-americanas que podemos muito bem adequar ao nosso sistema interno”. Segundo ele, já se estuda no momento quais são as políticas necessárias para apoiar nossos varejistas no processo de internacionalização ou mesmo fortalecimento interno de seus empreendimentos.
Maia também nos aponta que os norte-americanos fizeram uma sólida campanha de agregação consciente para reativar o seu comércio, após a crise que despontou em setembro de 2008. Naquelas circunstâncias, eles trabalharam em cima de possibilidades de aumentos nas vendas Estado por Estado: consideraram desde o sujeito que tinha uma lojinha no interior do Arizona, para mostrar a importância dele no sentido de manter a atividade econômica, até suas maiores redes em atividade. Essa campanha foi determinante para que a população do país compreendesse a importância do papel do comércio nas circunstâncias e, dentro do possível, continuasse a consumir.
Em minha particular opinião, penso que esse trabalho de reforço sobre o vínculo consumidor/comerciante pode muito bem ser aplicado em nossas políticas internas de comércio. Embora nada do que descrevi acima – embasado nos depoimentos do secretário Marcelo Maia – seja novidade para um país como o Brasil, ainda assim vejo potencialidade nessa atual dinâmica de comunicação com os EUA. Mesmo com estruturas governamentais absolutamente distintas, acredito que ambas as nações têm muito a oferecer, no tocante a políticas estratégicas, uma à outra.
Estejamos abertos às possibilidades oriundas dessa abertura internacional.
Ruy Pedro de Morares Nazarian
Presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo