Representatividade

Reforma Administrativa: um passo essencial para um Brasil mais justo e eficiente

12 de novembro de 2025

O Brasil é um país que cobra muito, mas entrega pouco. Temos uma carga tributária altíssima — cerca de 34% do PIB, uma das maiores do mundo e próxima à média dos países da OCDE. No entanto, o que volta para a população em forma de serviços públicos está longe de acompanhar esse peso nos impostos. Basta olhar para o que enfrentamos todos os dias em saúde, educação e segurança pública. 

Nosso Estado se tornou pesado, burocrático e, muitas vezes, ineficiente. E quem mais sofre com isso são justamente os que mais precisam do poder público: as pessoas que dependem de um hospital público, de uma escola decente ou de um transporte que funcione. 

Números 

Os números falam por si. O Brasil gasta 13,5% do PIB com servidores públicos, um percentual bem acima da média da OCDE (9,3%) e até maior do que países reconhecidos por sua boa gestão, como Finlândia (12,3%) e Suécia (11,8%). Além disso, segundo levantamento da FecomercioSP com base na RAIS de 2022, o salário médio no setor público federal é 255% maior do que o da iniciativa privada. Essa diferença é um retrato claro de um desequilíbrio que precisa ser enfrentado — com seriedade, mas também com justiça. 

No Sindilojas-SP, acreditamos que o Brasil precisa de um Estado que funcione, não de um Estado que pese. Um Estado que crie oportunidades, e não que reproduza desigualdades. Por isso, defendemos com convicção a Reforma Administrativa. Ela não é apenas uma pauta econômica — é uma pauta de justiça social. 

Modernizar a gestão pública significa valorizar o mérito, avaliar o desempenho e garantir que o dinheiro dos impostos chegue aonde mais faz falta: nas mãos dos brasileiros que dependem dos serviços públicos. 

Estado eficiente 

As propostas apresentadas pelo Grupo de Trabalho da Reforma Administrativa, sob a relatoria do deputado Pedro Paulo, caminham nessa direção. Regulamentar o estágio probatório, estabelecer critérios de mérito, proibir supersalários e eliminar privilégios não é perseguir servidores — é garantir que o sistema funcione para todos. 

Essas medidas, se aprovadas, podem representar um marco histórico para o País, comparável às grandes conquistas institucionais desde a Constituição de 1988. Elas não retiram direitos dos atuais servidores, mas enfrentam com coragem o que há de errado: as distorções, os privilégios e o desperdício de recursos públicos. 

Por isso, faço um apelo em nome dos empresários do comércio varejista da cidade de São Paulo: que o Congresso Nacional avance com urgência nessa agenda. 

O Brasil precisa de um Estado mais eficiente, mais justo e mais comprometido com o cidadão. 

É hora de pensar grande. É hora de mudar. 

⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Marcelo de Carvalho 
Vice-Presidente do Sindilojas-SP