Ruy Nazarian: “Comércio está gradualmente resgatando a esperança”
Indicadores recentes têm cada vez mais nos mostrado que, embora o país continue amargando os efeitos da crise econômica, o nível de confiança e otimismo no empresariado varejista brasileiro vem aumentando de forma bastante significativa desde junho último. O motivo: o até então forte refreamento no consumo está, finalmente, cedendo.
Segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o consumidor tem apresentado um comportamento mais ativo de três meses para cá. Aos poucos, ele vem retomando seus antigos hábitos consumeristas e se aventurando um pouco mais com o “além do essencial”.
De fato, o segundo semestre de todo ano quase sempre apresenta um desempenho melhor do que o primeiro, muito em virtude da maior concentração de ocasiões sazonais (datas comemorativas comerciais) e dos investimentos mais elevados com estoque, mão de obra operacional (fixa ou temporária) e provisões administrativas para o exigente último trimestre.
Todavia, a sutil melhora nos ânimos do empresariado varejista vem acontecendo independentemente disso. Ao que tudo indica, após o pífio desempenho nos últimos dias das Mães e dos Namorados – este último, extremamente decepcionante – o comerciante parece ter finalmente se dado conta de que, uma vez que as circunstâncias não o favorecem, cabe então a ele se readaptar, se recondicionar conforme a realidade em vigor.
Como consequência a essa necessária percepção, constatamos hoje um alinhamento mais coeso entre a praticidade varejista e a demanda consumidora. Ou seja, as empresas do comércio estão cada vez mais adequando suas condições de venda ao real poder (fragilizado) de consumo da população.
Tenho percebido esse tipo de conduta principalmente entre os empreendimentos de pequeno e médio porte, decerto os mais afetados pela crise. Dentro das condições de seus respectivos negócios, eles têm procurado flexibilizar mais suas ofertas e campanhas, a fim de, ao menos, estabelecer uma possibilidade de negociação com o cliente – antes uma possibilidade do que nada, certo?
Acredito que o caminho seja mesmo esse. Afinal de contas, economia alguma se sustenta sem a convergência salutar entre oferta e demanda (no caso, fornecedor e consumidor). E o melhor de tudo isso é constatar esse movimento positivo por meio dos indicadores de pesquisa. Sinal bastante positivo, sem dúvida.
Ótimas vendas, lojista.
Ruy Pedro de Moraes Nazarian
Presidente do Sindilojas-SP
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