Sindilojas-SP divulga 1° Pesquisa de Emprego do Varejo Paulistano

Inaugurando a série de conteúdos veiculados pelo Departamento de Economia e Tributação em apoio aos empresários, Sindilojas-SP divulga 1° Pesquisa de Emprego do Varejo Paulistano (PEVP).

O novo Departamento de Economia e Tributação do Sindilojas-SP inaugura sua série de pesquisas para orientação aos empresários do comércio varejista divulgando o estudo intitulado “Primeira Pesquisa de Emprego do Varejo Paulistano (PEVP)”, que indica perda de 2,5 mil empregos com carteira assinada na categoria, relativamente ao primeiro trimestre de 2025. Isso corresponde a um saldo negativo 20,4%  mais agudo que o do mesmo período do ano passado.

Assim, depois de uma geração de mais de 2,7 mil empregos com carteira assinada em fevereiro, o varejo de São Paulo/SP voltou a perder vagas, segundo os últimos dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Novo Caged. Em março foram 443 postos de trabalho a menos, resultado de 30.091 admissões e 30.354 desligamentos. Com isso, o estoque de empregos do comércio varejista paulistano atingiu um total de 599.636 vínculos empregatícios celetistas ativos.

Evolução do saldo mensal de empregos celetistas no varejo paulistano

Fonte: Novo Caged / Elaboração e cálculos: Sindilojas SP

Especialistas ressaltam que este último dado apresentado, referente a março de 2025, não somente contrapôs o saldo positivo registrado pelo varejo da capital no mês anterior, como também contrastou com o resultado da movimentação de mão de obra formal em março de 2024. Naquele mês, conforme indica o demonstrativo abaixo, 1.621 empregos haviam sido criados pelo varejo de São Paulo/SP.

Gráfico 2: Evolução do saldo de empregos celetistas no varejo paulistano – MESES DE MARÇO

Fonte: Novo Caged / Elaboração e cálculos: Sindilojas SP

Segundo apurações, no acumulado do ano, considerando os números fechados do primeiro trimestre de 2025, o varejo paulistano amarga uma retração de 2.487 empregos com carteira assinada. Este saldo negativo foi resultado de 90.746 admissões e 93.233 desligamentos no período. Em relação ao visto no acumulado dos três primeiros meses de 2024 (-2.065 vagas), o cenário indica no atual ano um saldo de vagas 20,4% mais negativo em termos de variação de empregabilidade.

Análise do Desempenho dos segmentos do varejo paulistano

Tomando como referência o último mês de março, especialistas destacam que, dentre os 75 segmentos que formam a divisão do comércio varejista da capital paulista, em março o maior saldo absoluto de vagas ocorreu nos hipermercados (+226 vagas), seguido pelos estabelecimentos de outros artigos de uso doméstico (+224 vagas), pelos supermercados (+129 vagas), pelo varejo de produtos alimentícios em geral (+100 vagas) e pelo ramo de hortifrutigranjeiros (+96 vagas).

Tabela 1: Cinco segmentos com os MAIORES saldos de empregos celetistas do varejo paulistano em março de 2025

Por outro lado, os cinco segmentos que mais contribuíram para que o saldo total do varejo tenha ficado negativo em março/25 foram os de vestuário e acessórios (-326 vagas), de calçados (-130 vagas), as padarias e confeitarias (-121 vagas), as farmácias (-104 vagas) e os estabelecimentos que comercializam artigos de óptica (-91 vagas).

Cinco segmentos com os MENORES saldos de empregos celetistas do varejo paulistano em março de 2025

Acumulado no ano de 2025

Conforme relatado anteriormente, neste primeiro trimestre o varejo da capital perdeu um total de quase 2,5 mil postos de trabalho com carteira assinada. Observando novamente os 75 ramos que o forma, é possível identificar que dentre os cinco com maiores saldos positivos de empregabilidade, destaca-se especialmente o varejo que comercializa combustíveis para veículos automotores, com uma geração de 261 vagas.

Cinco segmentos com os MAIORES saldos de empregos celetistas do varejo paulistano no acumulado de 2025

Por outro lado, novamente os ramos que mais extinguiram postos de trabalho formais, dentre os 75 varejistas da Capital e nestes primeiros três meses do ano, foram os de artigos de vestuário e acessórios (-2.427 vagas) e o de calçados (-513 vagas).

Tabela 2: Cinco segmentos com os MENORES saldos de empregos celetistas do varejo paulistano no acumulado de 2025

Análise econômica

Segundo posicionamento institucional do Sindilojas-SP, “os números do emprego celetista apresentados pelo Novo Caged neste primeiro trimestre ano para o comércio varejista de São Paulo trazem consigo duas realidades, ambas esperadas, sendo que uma delas com certo nível de preocupação. 

 A primeira realidade esperada é possuirmos um saldo negativo de empregos celetistas no acumulado do primeiro trimestre para o total da divisão varejista. Este período tem uma conhecida sazonalidade de desligamentos de colaboradores contratados ao fim do ano, especialmente para atender a um aquecimento da demanda, devido as datas comemorativas especiais. E isto ocorre especialmente em alguns dos mais importantes segmentos do setor, como aos estabelecimentos varejistas de vestuário e calçados. Por isso ambos lideram as perdas atualmente.”

Ainda segundo a entidade, “para além deste fato esperado, de termos um saldo negativo no primeiro trimestre do ano, chama-nos atenção o fato deste saldo negativo ser 20,4% mais agudo que o visto no mesmo período do ano passado. Isso demonstra que estamos vivenciando um processo de desaceleração do ritmo de expansão do mercado de trabalho no varejo, tanto que uma sazonalidade normalmente negativa ficou ainda mais negativa em 2025.”

Discrepâncias

O Sindilojas-SP também afirma que este cenário também mostra como há discrepâncias de desempenho dentro dos próprios segmentos do varejo paulistano. Em março, os bons números nos ramos de gêneros alimentícios contrastou com as dificuldades de segmentos lojistas também bastante conhecidos. Tal realidade mostra, portanto, que este cenário de desafios ao consumo das famílias, devido a juros altos e inflação persistente, tem levado estas mesmas famílias a direcionar renda para bens de consumo não adiável, em detrimento daquelas mercadorias consideradas não essenciais.

A entidade reitera que este fato é muito relevante não somente para analisar o comportamento do consumidor, mas também em como traz desafios aos próprios empresários do varejo da capital. Havendo esta discrepância de desempenhos dentro do próprio comércio varejista, todo o planejamento operacional das lojas, seja na formação de estoque até o número de colaboradores, dos cuidados com fluxo de caixa aos níveis de endividamento bancário, precisam ser ajustados de acordo com o ritmo de expansão (ou de retração) de suas vendas, que acabam espraiando para os números do mercado de trabalho, conforme mostrado neste relatório.

Departamento de Economia e Tributação

O Sindilojas-SP implementou o Departamento de Economia e Tributação, objetivando levar ao empresário do comércio varejista um rol de informações relacionadas à conjuntura macroeconômica, imprimindo sobre estas as particularidades do setor do varejo.

Esse movimento do Sindilojas-SP leva em consideração o fato de que temáticas como obrigações fiscais, carga tributária e questões relativas à recente regulamentação da Reforma estarão permanentemente presentes no dia a dia dos empresários do comércio.

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