
SP tem pico de rotatividade no mercado de trabalho do varejo
Taxa de rotatividade no mercado de trabalho do varejo paulistano atinge o seu maior nível em 2025. Indicador chegou aos 30,3% no acumulado do primeiro semestre, o maior patamar para o período desde 2020.
Um dos maiores desafios do mercado de trabalho formal brasileiro é a alta taxa de rotatividade da mão de obra. Conhecida também como “turnover”, a rotatividade é a movimentação (admissão ou desligamento) de trabalhadores medida por determinado período, em relação ao total de trabalhadores ativos de uma economia ou setor, em um local específico.
De forma bem direta, rotatividade para os empregadores significa custo. São custos para o recrutamento e seleção de funcionários, custos financeiros e administrativos para admissão, treinamentos e integração, além dos dispêndios na hora dos desligamentos. Tal realidade é ainda mais relevante para os estabelecimentos menores, até pela sua pouca flexibilidade financeira. Neste sentido, o varejo se encaixa bem nesta realidade, dado ele é formado especialmente por micros e pequenos negócios.
Cálculo
De forma bastante clara, o cálculo da taxa de rotatividade, segundo o próprio Ministério do Trabalho, é obtido utilizando o menor valor entre o total de admissões e desligamentos de trabalhadores em um período, em relação ao total de empregos no 1º dia deste intervalo. No caso do foco do Sindilojas SP, vamos analisar a taxa de rotatividade do comércio varejista paulistano no primeiro semestre de 2025, para que, além de mensurá-la, possamos compará-la aos primeiros semestres de outros anos, com o objetivo de avaliar se este relevante indicador avançou ou não.
Como poderá ser mais bem observado abaixo, desde 2020, quando o Novo Caged foi implantado no país, a taxa de rotatividade do mercado de trabalho varejista da capital nunca atingiu um patamar tão alto para o acumulado dos seis primeiros meses de um ano do que agora em 2025, chegando aos 30,3%. É praticamente o dobro do visto na primeira metade de 2020.
Taxas de rotatividade da mão de obra celetista no comércio varejista paulistano – Primeiros semestres de 2020 a 2025
Fonte: Novo Caged / Elaboração e cálculos: Sindilojas SP
Basicamente, significa que quase um terço dos cerca de 600 mil postos de trabalho com carteira de trabalho ativos ao fim de 2024 do setor foram ocupados por pessoas diferentes ao fim do primeiro semestre de 2025, considerando as admissões ou desligamentos.
E aqui tratamos especialmente de uma média do total do varejo. Quando abrimos tal indicador entre os 75 subgrupos de atividades que formam esta divisão comercial paulistana, veremos que os segmentos como de venda de artigos usados, lojas de conveniência e de produtos farmacêuticos homeopáticos lideram dentre o ranking dos dez ramos com a maior taxa de rotatividade no primeiro semestre do ano.
Subsetores do varejo paulistano com a maiores taxas de rotatividade da mão de obra celetista no primeiro semestre de 2025
Combinação de fatores
Esta elevação da taxa de rotatividade no comércio varejista é influenciada por uma combinação de fatores estruturais e comportamentais do setor e dos seus próprios trabalhadores ou candidatos.
O primeiro ponto a considerar é que em períodos de aquecimento do mercado de trabalho, como o que se vê no país pós pandemia, há uma elevação natural da rotatividade de trabalhadores. Isso ocorre, pois se o mercado de trabalho está aquecido, as oportunidades de empregos são maiores e, com isso, gera-se um aumento do interesse dos funcionários em buscar (e conseguir) ocupações que se encaixam melhor quanto às suas necessidades (financeiras, de planejamento de carreira, disponibilidade de horários, etc). Algo que sempre está em transformação.
Além do próprio mercado de trabalho resiliente e aquecido, o varejo por vezes é um caracterizado por ser um setor de etapa transitória de carreira profissional, sendo conhecido como a porta do primeiro emprego. Este identidade setorial de transição, especialmente para a população mais jovem, também impõe aos empregadores do setor conviver e pagar pelos custos inerentes da grande movimentação de trabalhadores.
Efeitos sazonais
Além das questões macro quanto ao mercado de trabalho aquecido e da visão dos próprios candidatos em relação a uma carreira no varejo, o setor também possui em seu DNA muitos efeitos sazonais que alteram o seu ritmo de vendas, com elevada influenciada de datas especiais e devido a variação dos orçamentos das famílias durante o ano. Este caráter sazonal eleva o número de contratações temporárias e também influencia no indicador de rotatividade dos varejistas.
Já para as empresas, considerando o cenário posto e que não deve se alterar significativamente no curto prazo, há o desafio ainda mais latente da retenção de mão de obra, em especial dos trabalhadores mais produtivos e talentosos. Mais uma vez, destacamos aqui o quanto é custoso financeiramente e estrategicamente selecionar, admitir, treinar e depois desligar um trabalhador.
Mecanismos de gestão
A saída para ao menos amenizar este problema está desde a realização de processos seletivos assertivos e claros. Após isso, também no foco a um bom treinamento pós-admissão e em possuir uma estrutura de trabalho sadia, física e mentalmente aos colaboradores. Outro importante pilar é remunerar de forma justa e competitiva o funcionário, apresentando oportunamente diferenciais para o atingimento de metas. Ademais, considerando o avanço tecnológico perene, é cada vez mais essencial aos empregadores absorver inovação e tecnologia em seus negócios, afim de atrair além do cliente digitalizado, os candidatos que valorizam tal característica e que podem vir a compor o quadro funcional do estabelecimento.
Departamento de Economia e Tributação
O Sindilojas-SP possui em sua estrutura operacional o Departamento de Economia e Tributação, objetivando levar ao empresário do comércio varejista um rol de informações relacionadas à conjuntura macroeconômica, imprimindo sobre estas as particularidades do setor do varejo.
Esse movimento do Sindilojas-SP leva em consideração o fato de que temáticas como obrigações fiscais, carga tributária e questões relativas à recente regulamentação da Reforma estarão permanentemente presentes no dia a dia dos empresários do comércio.
Fale conosco, queremos ajudar, melhorar e proteger seu negócio. Entre em contato através dos nossos canais
Ligue 11 2858-8400, FALE CONOSCO ou ainda pelo WhatsApp 11 2858-8402