Varejo de brinquedos: como MPEs devem gerir o estoque?
Com a diversidade de produtos e a sazonalidade do setor de brinquedos, manter um controle rigoroso do estoque por parte das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) tem se mostrado não apenas como uma necessidade, mas também como uma vantagem estratégica.
As empresas do comércio varejista, via de regra, enfrentam muitos desafios, especialmente diante da iminência do aumento de vendas nas datas comemorativas, sendo o natal a principal delas. Diante das dificuldades, a gestão eficiente de estoque no universo das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) surge como uma questão desafiante, face a imprevisibilidade dos resultados comerciais atrelada às restrições nas margens de investimento.
Assim, o primeiro passo para uma gestão eficiente é entender o comportamento de compra do consumidor e planejar o estoque com antecedência. Isso envolve analisar os dados históricos de vendas e prever a demanda para evitar tanto a falta de produtos quanto o excesso de itens encalhados, sendo uma ação crucial para os demais tópicos que se seguem:
ABC
Uma técnica comum para otimizar o estoque é a classificação ABC, que divide os produtos em três categorias com base em sua relevância e volume de vendas.
- A: Produtos mais vendidos ou de maior valor agregado.
- B: Produtos com vendas regulares.
- C: Produtos com menor giro ou valor unitário.
Com essa estratégia, as micro e pequenas empresas podem concentrar seus esforços e investimentos nos itens que realmente impactam o faturamento.
Tecnologias e plataformas
Para otimizar a gestão, as pequenas empresas podem investir em ferramentas de controle de estoque que ofereçam relatórios detalhados e alertas automáticos. Softwares simples e acessíveis no mercado permitem o monitoramento em tempo real do estoque e ajudam na identificação de itens que precisam ser reabastecidos, além de evitar erros humanos e perdas financeiras.
Além disso, também tem-se registrado que algumas pequenas empresas se valem da expertise em métricas de plataformas digitais de marketplaces mais proeminentes, como apoio na gestão de estoque. É o caso da Dengo Toys, gerenciada pelo lojista Rodrigo da Silva e localizada na zona leste da capital paulista:
“Por sermos uma empresa pequena, nós trabalhamos com poucos produtos. Eu diria que temos entre 50 e 100 produtos no nosso catálogo, e toda a minha gestão de estoque, para não manter quebra, é baseada na tentativa de utilização das métricas de marketplaces famosos, como a Amazon e o Mercado Livre. O meu estoque está 100% no centro de distribuição deles e, então, para eu conseguir gerenciar esse tipo de estoque, opto por utilizar as métricas do Mercado Livre, o que me ajuda na verificação dos tops mais vendidos da semana, do mês, e o tempo até esgotar o estoque… Assim, semanalmente, eu faço essa checagem, nas plataformas. Vejo o que teve na última semana, de saída, verifico o tempo que vai durar os estoques, em que meço uma média entre uma e duas semanas. Se estiver dentro desse período, já fico em alerta, colocando na minha planilha que eu preciso refazer esse pedido para o fornecedor, adicionando mais umas quatro semanas de projeção de vendas. Então, para eu poder ter um controle eficiente, eu realmente dependo dessas plataformas”, diz.
Ainda segundo ele, apesar da tecnologia e do dinamismo oferecidas pelas referidas plataformas, há também complexidades na utilização desse recurso:
“É preciso considerar também aqueles produtos que estão encalhando, que não estão vendendo, e esse é o ponto mais complexo dessa questão, porque eu tenho que analisar, na plataforma, as razões que estão causando a queda na venda deles, quais fatores. Pode ser devido a concorrência, com a oferta de preços mais baixos, similaridade entre produtos, que “suga” as vendas dos itens do meu catálogo… Então, nesse caso, temos uma análise mais crítica, que varia de um produto para outro. Isso permite fazer o diagnóstico e auxilia na tomada de decisões quanto às ações que necessitam ser tomadas, dependendo do que foi diagnosticado. Às vezes, é preciso promover uma queima de estoque para não ficar gerando custo de armazenagem na plataforma, por exemplo”, finaliza.
Controle
Um outro tópico importante refere-se à organização das entradas e saídas de produtos, sendo uma ação essencial para garantir que as informações sobre o estoque estejam sempre atualizadas. Realizar conferências periódicas e registrar todas as movimentações com precisão ajuda a evitar discrepâncias entre o que está registrado no sistema e o que está fisicamente disponível.
Parceria com fornecedores
Ter fornecedores confiáveis e ágeis no abastecimento dos produtos é crucial para evitar rupturas de estoque. Além disso, manter um bom relacionamento com os fornecedores permite negociar prazos e condições mais vantajosas, garantindo que a empresa tenha sempre os produtos mais demandados disponíveis para seus clientes.
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