Departamento de Economia e Tributação

1° deflação em 12 meses: alerta para queda de preços pontual

12 de setembro de 2025

Após 11 meses de alta, IPCA registra deflação em agosto, mas expectativa é de retomada da inflação já em setembro.

O IBGE divulgou neste último dia 10 de setembro que a inflação oficial do país, medida através do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), marcou a sua primeira deflação nos últimos 12 meses. Em agosto o índice variou negativamente 0,11%, puxado pelos três grupos com o maior peso na cesta média de bens e serviços da população: Alimentação e bebidas (-0,46%), habitação (-0,90%) e Transportes (-0,27%).

No caso do primeiro grupo, destaques à alimentação no domicílio, que caiu 0,83%, com quedas do tomate (-13,39%), batata-inglesa (-8,59%), cebola (-8,69%), do arroz (-2,61%) e café (-2,17%). Na habitação, a responsabilidade para a queda foi da energia elétrica residencial (-4,21%). Já a redução dos transportes deveu-se, entre outros itens, pela queda de 0,89% da gasolina.

Índice de Preços ao Consumidor Amplo (%) de agosto de 2025, por grupos

A deflação de agosto ocorre depois de onze variações mensais positivas do IPCA. Em agosto de 2024 houve a última redução média, quando o indicador variou negativos 0,02%. Cabe-nos ressaltar que no acumulado de 2025 a inflação do país é de 3,15% e considerando os últimos doze meses acumula um total de 5,13%.

Evolução índice mensal e acumulado em 12 meses do IPCA

Fonte: IBGE / Elaboração: Sindilojas SP

Já o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação apenas de famílias que possuem rendimentos de até cinco salários-mínimos e baliza os processos negociais pelo país, mostrou uma redução ainda mais aguda em agosto, com variação de -0,21%. Puxado pelos mesmos segmentos e itens já citados acima no IPCA, tal queda foi mais aguda, pois para o peso dos grupos que deflacionaram em agosto é maior neste indicador, mostrando que, por exemplo, alimentos e energia elétrica residencial pesam mais no bolso das famílias de menor renda.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de agosto de 2025, por grupos

No ano o INPC acumula uma alta de 3,08% e em doze meses varia 5,05%.

Fonte: IBGE / Elaboração: Sindilojas SP

Análise

Desde o pico em fevereiro, os índices mensais do IPCA e do INPC tem mostrado variações menos fortes no aumento de preços aos consumidores brasileiros, o que podemos chamar de desinflação, isto é, os preços continuaram a subir na média, mas em menor ritmo.

O que ocorreu agora em agosto não foi isso, foi sim uma redução dos preços, o que chamamos de deflação. No caso do IPCA, uma deflação de 0,11% e no caso do INPC, de 0,21%, o que mostra maior impacto da queda de preços para as famílias de renda menor, até pela concentração de variações negativas em agrupamentos de itens essenciais, como alimentação e energia elétrica.

Em suma, temos um cenário positivo, onde os alimentos e bebidas marcaram quedas de preços em dois meses consecutivos, fora a queda de preços da gasolina, que sempre é muito relevante para famílias e empresas. Todavia, não podemos nos esquecer que a deflação de agosto ocorre muito pelo chamado “Bônus de Itaipu”, que gerou créditos nas contas de energia elétrica de grande parte da população em agosto.

Redução pontual

Neste sentido, o Sindilojas SP precisa alertar, a retração dos índices de preços aos consumidores deve se restringir a este mês de agosto. O que também ocorreu em outros anos, como em 2024. A tendência já para setembro é de retorno de aumento médio dos preços. Não teremos um novo Bônus de Itaipu e ainda há pressão de preços de serviços, mostrando pressão de demanda. Também por isso, temos um índice do IPCA em 12 meses de 5,13%, bem acima da meta dos 3,00%.

Em resumo, as últimas “fotos” da inflação brasileira tem sido boas, porém o “filme” ainda preocupa, seja pela inflação passada, seja pela resistência que deveremos manter com preços ainda altos no futuro.

Departamento de Economia e Tributação

Dentro de sua estrutura operacional, o Sindilojas-SP possui o Departamento de Economia e Tributação, objetivando levar ao empresário do comércio varejista um rol de informações relacionadas à conjuntura macroeconômica, imprimindo sobre estas as particularidades do setor do varejo.

O Sindilojas-SP leva em consideração o fato de que temáticas como obrigações fiscais, carga tributária e questões relativas à recente regulamentação da Reforma estarão permanentemente presentes no dia a dia dos empresários do comércio.

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