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FecomercioSP: “Cenário ainda é ruim, mas há viés de alta”

9 de maio de 2016

Fonte: FecomercioSP

Executivos de empresas e entidades dos principais setores da economia se reuniram no dia 2 de maio na FecomercioSP, para o Conselho Superior de Economia, para discutir os desdobramentos econômicos da possível mudança no cenário político. Pela primeira vez em dois anos há sinais de otimismo entre os conselheiros, o que indica que o novo ambiente político está sendo encarado como um ponto de inflexão e uma oportunidade para o Brasil voltar a crescer, avançar em reformas modernizantes e estabelecer definitivamente uma política fiscal responsável.

Os especialistas foram quase unânimes a respeito da necessidade de adoção de medidas rápidas e efetivas na direção de ajuste fiscal, estabilidade monetária, corte de gastos e incentivo ao investimento privado. Entre os pontos positivos levantados pelos conselheiros estão a possibilidade de anúncio de medidas fiscais, principalmente ligadas à previdência e desvinculação orçamentária, que teriam um efeito positivo na confiança dos agentes e viabilizariam a retomada do crescimento já em 2017.

Além disso, uma possível valorização do real abriria espaço para a queda dos juros, o que, juntamente com a retomada do crescimento, ajudaria a mudar a dinâmica da dívida pública. Alguns conselheiros inclusive já trabalham com uma taxa de juros de um dígito no ano que vem, visto que a inflação de serviços dá sinais de desaceleração e o desemprego elevado está segurando as pressões salariais.

Por outro lado, entre os pontos de atenção destacados pelos economistas estão a preocupação com apreciação exagerada do real, que poderia frear a recuperação ainda incipiente das exportações, e os desafios para retomar investimentos em infraestrutura decorrentes da Lava Jato.

Apesar da necessidade de um ajuste e das dificuldades a serem vencidas, a assessoria econômica da FecomercioSP afirma que há motivos para otimismo moderado em curto e médio prazo e, a depender de como se encaminharem as medidas em um eventual novo governo, esse otimismo momentâneo pode ser convertido em algo mais consistente, criando o ambiente propício para um novo círculo virtuoso de desenvolvimento.

Expectativa – Caso se confirmem as expectativas dos executivos que participaram da reunião, o País parece ter atingido o fundo do poço e deve começar a trilhar o caminho de saída a partir de agora. O cenário ainda é muito negativo e preocupante, mas notou-se um tom mais otimista nos discursos de quase todos os segmentos presentes e, pela primeira vez em dois anos, a tendência geral de curto e médio prazo é positiva, com perspectivas de ajustes razoáveis que devem ser bem recebidos por investidores. Ainda que o comércio de bens e serviços deva sentir nos próximos meses os efeitos do aumento do desemprego, o viés, ao menos do ponto de vista da confiança no futuro, é nitidamente de alta.

A assessoria econômica da FecomercioSP prevê para este ano uma queda de 6% no faturamento do varejo paulista, mas com possibilidade de melhora a partir de 2017. Já em relação ao varejo nacional, a expectativa é uma retração de 8%, com recuos maiores no setor de bens duráveis e um cenário positivo para o setor de Farmácias. A retomada também é prevista para 2017. Já para o setor de serviços, a previsão é de uma queda de faturamento acentuada e 2016 deve fechar com perda de 5% a 6% em termos reais.

A Entidade prevê que a inflação deva fechar o ano um pouco acima do teto, ao redor de 7%, mas iniciará 2017 abaixo dos 6%. Em relação à renda média, a expectativa é de continuidade de queda, acompanhada por aumento do desemprego.  O mercado de trabalho só começará a se recuperar com a retomada de um novo ciclo de investimentos.

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