Departamento de Economia e Tributação

Juros às empresas sobem e atingem maior nível desde 2017

16 de setembro de 2025

Taxa média de juros para empresas chega a 25,02% ao ano em julho, maior nível desde 2017, pressionando o custo do crédito no varejo e exigindo cautela dos empresários lojistas.

Em julho, a taxa média mensal de juros em operações de crédito com recursos livres destinadas às Pessoas Jurídicas no Brasil atingiu os 25,02%, segundo informações do Banco Central. Este é o maior patamar do indicador desde julho de 2017, quando se atingiu os 25,41% ao ano. Também é uma taxa 3,88 pontos percentuais maior do que os 21,14% ao ano vistos em julho de 2024, isto é, doze meses atrás.

 Evolução da taxa média anual de juros das operações de crédito com recursos livres no Brasil – Pessoas jurídicas (%)

Fonte: BCB / Elaboração: Sindilojas SP

A superação do patamar de 25% dos juros médios anuais às empresas denota que, ao mês, esta médias se localizam em 1,88%, 0,27 pontos percentuais além da observada no mesmo mês do ano passado, quando tal indicador atingiu os 1,61%.

Abrindo tal informação pelas 10 das principais linhas de crédito adquiridas pelas empresas no país, vimos que em todas houve aumento do juro médio mensal no último ano. Pela diferença em pontos percentuais, destaques à antecipação de faturas de cartão de crédito, que passou de 1,01% em julho de 2024 para 1,38% em julho de 2025, ao cheque especial empresarial, de 13,22% para 13,64% e ao cartão de crédito rotativo, que evoluiu de 9,44% para 11,55%.

Análise

O Sindilojas SP vem alertando aos empresários do varejo paulistano sobre o cenário de juros cada vez mais elevados às empresas no país. Neste relato de julho de 2025, a tendência de alta se manteve e atingimos os maiores patamares médios desde 2017 para as operações de crédito com recursos livres, que são as operações de mercado praticadas pelo sistema financeiro sem um direcionamento específico, como é, por exemplo, o crédito imobiliário.

Mesmo com a Selic parando de subir, já que na reunião de julho do Comitê de Política Monetária decidiu-se por manter a taxa básica de juros do país em 15% ao ano, naquele mês ainda sentimos os efeitos dos juros ainda mais altos aos negócios. E lembramos da importância da Selic, pois é ela quem baliza a trajetória de todas as outras taxas de juros às pessoas físicas e jurídicas no país.

Alertas

Aos empresários do varejo, renovamos também dois alertas:

1 – Juros altos encarecem as operações financeiras dos estabelecimentos, desde as antecipações de recebíveis, até linhas de capital de giro, aquisições de bens, cheque especial, dentre outras.

Se tais taxas continuam subindo, depender de recursos externos para o fechamento de um furo no fluxo de caixa, por exemplo, é ainda mais custoso e precisa ser muito bem avaliado. Inclusive, sugerimos comparar as taxas antes de adquirir um crédito, seja entre os bancos de relacionamento das empresas, seja em relação as médias que o Sindilojas SP captou acima (Tabela 1).

2 – Mesmo com a Selic parando de subir e havendo até alguma esperança de início de baixa para o início de 2026, a tendência não é de juros significativamente menores tão cedo no Brasil. Portanto, de todos os cuidados (e são muitos) que os gestores varejistas precisam ter em períodos como este, a liquidez do estabelecimento é uma das mais relevantes. A atenção aos níveis de estoque, aos prazos de pagamentos à fornecedores e de recebimento das vendas, por exemplo,  é ainda mais vital para não haver dificuldades com o capital de giro ou problemas em fluxo de caixa. Depender de antecipações ou outras modalidades de crédito para fechar o mês está cada vez mais caro.

Departamento de Economia e Tributação

Dentro de sua estrutura operacional, o Sindilojas-SP possui o Departamento de Economia e Tributação, objetivando levar ao empresário do comércio varejista um rol de informações relacionadas à conjuntura macroeconômica, imprimindo sobre estas as particularidades do setor do varejo.

O Sindilojas-SP leva em consideração o fato de que temáticas como obrigações fiscais, carga tributária e questões relativas à recente regulamentação da Reforma estarão permanentemente presentes no dia a dia dos empresários do comércio.

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