Departamento de Economia e Tributação

Cenário da Taxa Selic e as projeções de fim de ano

18 de setembro de 2025

Sindilojas SP avalia a posição do BC, que prevê juros altos por mais tempo no país, o que condiciona as projeções  de vendas no período de compras que antecede o fim de ano.

No último dia 17 de setembro, o Banco Central do Brasil (BCB), através do seu Comitê de Política Monetária (Copom), decidiu manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. Como poderá ser mais bem observado abaixo, desde setembro de 2024 houve uma ascensão da Selic, que foi interrompida somente no último mês de julho.

Evolução da Taxa Selic (% ao ano)

 

Fonte: Banco Central do Brasil / Elaboração: Sindilojas SP

Para o Sindilojas SP, assim como praticamente a todo o mercado, a decisão de não se alterar a Selic era esperada. Ainda assim, o que chamou atenção foi a nota à imprensa feita pelo BCB, onde se destacou a seguinte citação: “Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.

A tradução para essa posição do Copom é que a inflação está acima da meta de 3% ao ano, seja para 2025 (projeção de 4,8% ao IPCA), seja para 2026 (projeção de 4,3% ao IPCA), portanto, os juros básicos da economia continuarão elevados por um período prolongado. Isso praticamente tira de cena a possibilidade de início de reduções da Selic ainda em 2025, escancarando à consumidores e empresários, que conviveremos por bastante tempo com juros altos e crédito caro, até pela Selic nortear as taxas de juros de todas as outras modalidades de crédito utilizadas pelo sistema bancário.

Perspectiva e justificativa

E, novamente, aqui reside o alerta do Sindilojas SP. A principal notícia desta decisão do Banco Central não é magnitude da Selic, que deve se manter em 15% ao ano ao menos até o fim do ano, mas a perspectiva da própria instituição, que opera para segurar os preços. Essa é a razão pela qual a taxa continuará alta por um longo período, mesmo que isso iniba maiores taxas de crescimento da própria economia doméstica.

Aos nossos empresários do comércio varejista paulistano, portanto, conviveremos com crédito caro e, aos poucos, com uma economia que apresenta sinais claros de desaceleração, a despeito do mercado de trabalho ainda performar com força. E como 2/3 do PIB brasileiro vem do consumo das famílias e o varejo sendo termômetro deste orçamento, sentimos e sentiremos primeiro este cenário de arrefecimento.

Todo cuidado com as projeções de vendas (e tudo que se atrela a elas) é pouco, ainda mais neste momento que antecede as compras para o fim de ano.

Departamento de Economia e Tributação

Dentro de sua estrutura operacional, o Sindilojas-SP possui o Departamento de Economia e Tributação, objetivando levar ao empresário do comércio varejista um rol de informações relacionadas à conjuntura macroeconômica, imprimindo sobre estas as particularidades do setor do varejo.

O Sindilojas-SP leva em consideração o fato de que temáticas como obrigações fiscais, carga tributária e questões relativas à recente regulamentação da Reforma estarão permanentemente presentes no dia a dia dos empresários do comércio.

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