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O que você vai ser quando envelhecer?

4 de setembro de 2018

O que você vai ser quando envelhecer?

Artigo originalmente publicado na Revista Sindilojas-SP ed.186

Se, durante a infância, nos preocupamos com o que vamos ser quando crescer, a pergunta que martela agora a cabeça dos brasileiros mais maduros é sobre a fase da aposentadoria. Você já pensou no que vai ser quando envelhecer?

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2031 a população a partir de 60 anos já será maior do que a de crianças de 0 a 14 no país e em 2060 um quarto da população (25,5%) deverá ter mais de 65 anos.  Além disso, a população do país deverá crescer até 2047, quando chegará a 233,2 milhões de pessoas. Nos anos seguintes, ela cairá gradualmente, até os 228,3 milhões em 2060.

Essa mudança não é exclusiva do Brasil. Em 2050, de acordo com o Census Bureau dos Estados Unidos, 17% dos habitantes do planeta terão mais de 65 anos. Hoje, essa proporção é de 8,5%.

“Não só no Brasil, mas no mundo todo vem se observando essa tendência de envelhecimento da população nos últimos anos. Ela decorre tanto do aumento da expectativa de vida pela melhoria nas condições de saúde quanto pela questão da taxa de fecundidade, pois o número médio de filhos por mulher vem caindo. Esse é um fenômeno mundial, não só no Brasil. Aqui demorou até mais que no resto do mundo para acontecer”, explica a gerente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE, Maria Lúcia Vieira.

Aumento da dependência dos jovens

O envelhecimento afeta a razão de dependência da população, que é representada pela relação entre os segmentos considerados economicamente dependentes (pessoas com menos de 15 e 65 anos ou mais de idade) e o segmento etário potencialmente produtivo (15 a 64 anos), que é a proporção da população que, em tese, deveria ser sustentada pela parcela economicamente produtiva.

Estatisticamente falando, a razão de dependência da população no ano corrente é de 44%. Esse indicador significa que 44 indivíduos com menos de 15 e com mais de 64 anos dependem de cada grupo de 100 pessoas em idade de trabalhar (15 a 64 anos). Em 2039, a razão de dependência total deverá ser de 51,5%, quando a proporção de jovens (25,7%) e idosos (25,8%) se equivalerá. Essa proporção total deverá aumentar para 67,2% em 2060.

Por outro lado, a tendência é que as pessoas continuem trabalhando mesmo após a idade base para se aposentar. Afinal, espera-se que viver mais signifique ter saúde e disposição para continuar na rotina com qualidade de vida.

Planejando a aposentadoria

De qualquer maneira, planejar a aposentadoria é fundamental para qualquer pessoa, em qualquer idade.

Quando falamos da previdência social, a lei n° 13.183 de 2015 criou um novo cálculo para a aposentadoria, a chamada fórmula 85/95, que no próximo ano já se torna 86/96 e chegará até 90/100 no último dia de 2026, conforme o calendário:

18/06/2017 a 30/12/2018: 85 para mulheres / 95 para homens

31/12/2018 a 30/12/2020: 86 para mulheres / 96 para homens

31/12/2020 a 30/12/2022: 87 para mulheres / 97 para homens

31/12/2022 a 30/12/2024: 88 para mulheres / 98 para homens

31/12/2024 a 30/12/2026: 89 para mulheres / 99 para homens

A partir de 31/12/2026: 90 para mulheres / 100 para homens

Para se aposentar em 2019, será preciso que a soma da idade com o tempo de contribuição seja de 86 para as mulheres e 96 para os homens. Por exemplo, um homem precisa ter 35 anos de contribuição e 61 anos de idade (35 + 61 = 96).

A aposentadoria pela fórmula é uma alternativa aos outros tipos de aposentadoria, que continuam valendo e não sofreram mudanças. Para quem se enquadra nela, a principal vantagem da nova regra é que o fator previdenciário não afeta o valor da aposentadoria. Para outros, o fator pode diminuir o valor da aposentadoria.

Se sobraram dúvidas sobre o assunto, não tome essa decisão sozinho(a). O Sindilojas-SP disponibiliza especialistas para orientar se a nova regra está ou não a seu favor. Tire suas dúvidas sobre APOSENTADORIA pelo 11 2858.8400.

Adequando sua empresa a essa realidade

Além de planejar sua própria aposentadoria, você também precisa repensar como sua empresa vai atuar diante dessa nova realidade.

Um estudo conduzido pela Consultoria Estratégica IN, que apresenta novas perspectivas sobre o comportamento da terceira idade no século XXI, mostra que a faixa etária que mais cresce no Brasil já enxerga a perspectiva da chegada aos 100 anos, faz parte da primeira geração de mulheres dedicadas exclusivamente à carreira a se aposentar e busca envelhecer ao lado dos amigos. As pessoas acima de 60 anos estão mais ativas e sociáveis e querem ser mais participativas na sociedade.

Segundo Fábio Milnitzky, CEO da IN, “o conhecimento a respeito da terceira idade no Brasil ainda é um campo em formação e está se transformando neste exato momento. Entender e trabalhar com esse novo cenário, conhecendo as necessidades e desejos que nascem com ele e monitorando a sua evolução, traz oportunidades, diferencia as empresas e possibilita a construção de um relacionamento que pode trazer um impacto real para a vida dessa geração”.

Conheça algumas das características do novo idoso que podem ajudar no planejamento estratégico do seu negócio

 A terceira idade é vista como um renascimento

As responsabilidades e a pressão diminuem com a idade: os filhos já estão criados e muitos objetivos já foram alcançados. Lidar com essa nova fase, diferente de tudo o que viram antes, é considerado o renascimento para uma nova vida.

Viagens e estudos são muito desejados, mas pouco realizados

Entre as atividades que a terceira idade mais gostaria de fazer destacam-se viajar e estudar. Hoje, essas atividades não acontecem por dificuldades financeiras ou limitações de saúde. Modelos flexíveis e acessíveis poderiam ajudá-los a concretizarem seus desejos.

Grupos menos convencionais começam a ganhar relevância

O arquétipo do idoso tradicional – sedentário e acomodado – está cada vez mais distante. Existem grupos que buscam o envelhecimento saudável e ativo e optam por um estilo de vida que inclui esportes, saída com amigos e viagens sempre que possível. Alguns escolhem, inclusive, morar juntos como forma de se ter companhia e auxílio.

Quarta idade faria mais sentido!

Quando a população tinha uma expectativa de vida mais baixa, o termo terceira idade, para classificar pessoas acima de 55 ou 60 anos, parecia adequado. Hoje, com pessoas esperando viver até os 100 anos, ele é pouco representativo. Uma pessoa de 60 anos não se identifica como parte do mesmo grupo de uma pessoa com mais de 80. Assim, os próprios entrevistados concordam que o termo quarta idade faria mais sentido.

Individualidade acima de tudo

A melhor forma de se referir a alguém da terceira idade é chamando pelo próprio nome ou por características que digam respeito à sua própria personalidade, e não à sua idade, evitando rótulos. O termo mais bem aceito é experiente. Outros termos aceitos são senhor(a), idoso e terceira idade. Os menos aceitos são: melhor idade, maduro, ancião, tio(a) e velho(a).

As imagens devem ser bem cuidadas e aspiracionais

Uma série de cuidados devem ser tomados na escolha de imagens para comunicações com a terceira idade para que não causem repulsa. Ambientes com muito branco, por exemplo, são associados a hospitais. As imagens devem ser aspiracionais e próximas dos interlocutores. A escolha das pessoas, sua expressão e posição na imagem, o ambiente do entorno e as cores da comunicação devem ser escolhidas com cuidado.

Design a favor da inclusão

Ambientes acessíveis vão muito além de barras de apoio em banheiros separados. O verdadeiro design inclusivo é aquele que funciona para diferentes públicos ao mesmo tempo, sem segregação – os idosos do século XXI querem usar os mesmos ambientes que todo mundo. Sinalizações grandes e com um contraste relevante, rampas que acompanham escadas, balcões de atendimento com variações de altura e mesas acessíveis são exemplos de boas práticas que devem ser consideradas pelo mercado.

 

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