Palavra do Presidente

Omissão, talvez?

3 de novembro de 2015

Acompanhei, no último mês, o evento CEO Summit SP, ocasião voltada para empresários, na qual são apresentados diversos diagnósticos e prognósticos do mercado e, como não poderia deixar de ser, depoimentos de executivos dos mais variados nichos de atuação.

É interessante ver como empresas como Riachuelo, Natura, Gerdau, TAM e BioRitmo/Smart Fit, dentre tantas outras, independentemente de suas propostas comerciais distintas, compartilham de uma mesma percepção acerca do atual momento econômico do país. À parte as particularidades naturais de suas respectivas realidades, no geral, todos esses proeminentes executivos têm sólida consciência acerca de uma única necessidade: de se exigir – cobrar mesmo – mais do nosso Governo durante a corrente crise.

Jorge Gerdau, presidente do conselho administrativo da empresa homônima, fez uma ótima participação nesse evento, a meu ver. O executivo foi bastante enfático ao alegar que a falta de uma maior mobilização por parte da sociedade civil – do empresariado, principalmente – é algo que potencializa a atual crise. Em determinado momento do CEO Summit SP, ele levantou o questionamento: “Vocês realmente acham que alguma solução pode vir do Congresso, se o deixarmos ‘solto’ como hoje está?”. Um certo silêncio, decerto voltado para a reflexão geral ali no encontro empresarial, seguiu-se da pergunta.

Compartilho da opinião do experiente executivo de que temos mesmo de atuar de forma mais incisiva no processo de EXIGIR do nosso governo medidas alternativas que venham a atender as atuais emergências socioeconômicas do país – estas que há muito vêm sendo deliberadamente negligenciadas pelos nossos governantes.

Com base em tudo o que pude absorver dessa edição do CEO Summit SP, entendo que existem, sim, soluções providenciais para essa crise que estamos enfrentando, mas que ora se encontram inviáveis em virtude da lentidão com a qual o ajuste fiscal proposto pelo próprio governo federal transita no Congresso. Em outras palavras, leitor: o país se encontra completamente sem rumo em meio à crise. Simples assim.

De um certo modo, estamos omissos diante do problema. A postura de esperar algo de onde já sabemos que não vem, é uma forma de omissão. Seria, então, o momento de reavaliarmos não apenas um governo evidentemente falho, mas também a nossa própria conduta, enquanto empreendedores, cidadãos e contribuintes?

Deixo aqui essa sugestão de reflexão.

Ruy Pedro de Moraes Nazarian

Presidente do Sindilojas-SP


 

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