Departamento de Economia e Tributação

Impacto da inflação nas classes D e E impõe estratégias ao varejo

9 de junho de 2025

Inflação penaliza os mais pobres e pressiona o varejo a se adaptar ao novo perfil de consumo das famílias.

O Sindilojas SP tem externado preocupação com a sustentação do ritmo do varejo em 2025 e uma das variáveis macroeconômicas que mais tem impactado orçamento dos consumidores é a inflação, que tem impactado mais as classes D e E.

O Banco Central tem tentado conter este fenômeno via taxa de juros, o que acaba agravando ainda mais o ritmo de expansão do consumo das próprias famílias e o crescimento da economia em geral.

Pesquisa

Um dado adicional sobre a inflação e que aumenta um pouco mais o temor deste desafiador fenômeno, agora focado na Região Metropolitana de São Paulo, foi divulgado recentemente pela FecomercioSP, através da sua pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo a edição de abril da pesquisa, no acumulado dos últimos doze meses o índice inflacionário dos que estão na Classe E, isto é, que possuem rendimentos de até 1 salário-mínimo ficou em 6,74%, acima do indicador geral de 6,13% e ainda mais longe dos indicadores das Classes B e A que, respectivamente, marcaram avanços de 5,75% e 5,82%.

Em resumo, a inflação acumulada da população que ocupa a faixa mais frágil é 15,8% superior à da faixa mais abastada, formada por famílias com rendimento acima dos 18 salários-mínimos ao mês e 17,2% superior à da segunda mais elevada, composta por famílias que têm rendimentos de 10 até 18 salários-mínimos mensais.

Taxa de inflação acumulada nos últimos 12 Meses na RMSP, por classe social

Fonte: FecomercioSP e IBGE / Elaboração: SindilojasSP

Tal realidade demonstra o tamanho do impacto negativo que a evolução geral dos preços tem causado exatamente aos mais pobres. Isso ocorre, pois temos no acumulado dos últimos meses uma inflação mais forte em itens de consumo básico e essencial, por exemplo nos grupos de alimentos e transportes. Neste sentido, as famílias de mais baixa renda por utilizarem uma maior parte proporcional de seus rendimentos para custear exatamente estes itens, naturalmente sentiriam mais a inflação, por ela se concentrar em tais grupos.

É importante salientar que, especialmente nas variações mensais de abril, os itens de maior variação forçaram um avanço mais firme dos preços nos grupos de renda mais alta.

Reavaliação de planejamento

Saber deste fato, mais que relacionar a perda do poder de compra mais evidente em alguns grupos (de mais baixa renda), impõe aos empresários do varejo reavaliar os seus planejamentos de portfólio de mercadorias, níveis de estoque, estratégias de precificação e abordagem de equipe de vendas sempre acompanhando as condições de consumo do seu público-alvo. E muitas vezes é necessário avaliar até a ampliação deste público-alvo.

Saber que a inflação tem impactado mais a população de faixas de renda menores traz a compreensão que o poder de compra dessa população está mais fragilizado, dado que ela precisa gastar mais para adquirir os mesmos produtos, portanto sobra cada vez menos para novas compras. Este fato, se concretizado, impõe ajustes de estratégias empresariais como as citadas acima ainda mais a quem comercializa com o foco nesta população.

O Sindilojas-SP faz parte do Sistema Confederativo do Comércio, participando das ações em Defesa do Comércio  conjuntamente com a Confederação Nacional do Comércio e a FecomercioSP.

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